Parece que os ânimos entre portuários e Cia. Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) estão se acalmando. É que o sindicato dos trabalhadores foi chamado, ná última semana, pelo presidente da empresa, Jorge Mello, para uma conversa. Na ocasião, ficou definida a criação de uma Comissão Paritária, que irá elaborar o Plano de Cargos e Salários dos portuários cariocas. Há informações de que esta será a primeira do País.
No Porto de Ghent, situado na maior cidade universitária da região de Flanders, foi possível verificar, ao longo dos seus 27,4 km de cais, processos de transformação industrial entrelaçados com a principal rede logística da Europa. Sua característica é muito forte como porto-indústria. Um exemplo bem elucidativo é a transformação de sucata de automóveis em aço para fazer outros autos no próprio porto.
Uma realidade completamente diferente da dos portos brasileiros, também na relação capital x trabalho. Foi o que a delegação do Porto de Santos, que inclui sindicalistas, parlamentar, universidades e operadores portuários, viu no segundo dia de visita ao Porto de Antuérpia (Bélgica). Começa ao saber que só os trabalhadores registrados (são aproximadamente oito mil) podem fazer trabalhos de manuseio de carga e serviços adicionais na zona portuária (a zona portuária inclui a de retroporto). E isso só depois de fazerem curso e serem aprovados no Centro de Treinamento Portuário da Antuérpia.
“Isso aqui está abrindo os olhos de todo mundo”; “O que impressiona é a organização”; “Olha só, trabalhador avulso pode operar equipamento no Porto de Antuérpia”; “Aqui se vê muita preocupação com a qualificação do trabalhador”; “Muitos equipamentos e bem mais sofisticados”; “A logística impressiona”; “É a primeira vez que o trabalhador tem uma oportunidade de participar de um evento que vai ajudar abrir os olhos”. As impressões são de sindicalistas portuários de Santos, que estão em visita aos portos da Bélgica e da Holanda, nesta semana.
Causa muita preocupação a situação em que se encontra os portos do Pará, administrados pela CDP (Cia. Docas do Pará). Alguns classificam a situação de “total abandono”. E pedem ações imediatas e emergenciais para a nova direção da CDP. No dia 9 último, por volta das 12h50, na portaria do porto, em Vila do Conde (Barcarena), uma carreta que transportava um contêiner cheio tombou ao passar por uma verdadeira cratera na entrada do cais.