Sexta, 22 Novembro 2024

Vozes no Palácio do Planalto contam que setores do governo encontraram dificuldade para conter o movimento dos caminhoneiros autônomos, porque não havia uma liderança centralizada. No furdúncio, foi emblemático o fechamento dos acessos aos portos, por onde passa muita produtividade econômica. Greve dos caminhoneiros teve papel significativo no golpe de estado que, em 11 de setembro de 1973, derrubou o governo eleito de Salvador Allende, Chile.

Quem estava na rede Whatsapp de sindicatos de transportes, dias antes da paralisação que parou várias rodovias brasileiras a partir do dia 18 de fevereiro último, ficou impressionado com a velocidade com que se deu a mobilização da categoria a partir de suas bases. O guru da sociologia digital Manuel Castells escreveu que as redes de Internet e de telefonia celular não são apenas ferramentas, mas formas organizacionais e plataformas específicas para a autonomia política. E foi o que aconteceu: os caminhoneiros, sem capacidade suficiente de mobilização ampla, conseguiram, em poucas horas, impactar centros de abastecimento urbano e dificultar ainda mais o acesso a importantes portos do País. O cenário era de oportunidade e de oportunismo, mas trouxe um alerta.

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Na ponta desse iceberg podem ser pendurados outros movimentos. Em sua montanha submersa está a crise do governo Dilma, que tende a piorar a partir da divulgação da lista de políticos envolvidos na Operação Lava-Jato. O momento é de mais políticas com P maiúsculo para fazer o Brasil crescer, com perspectivas e horizontes, para dar vida às empresas e bem estar às pessoas, e, assim, inibir as causas místicas.

Portanto, convém tratar os portos como meios para a globalização, por onde passam 90% do comércio mundial e têm papel de nó dinâmico nas redes internacionais de produção/distribuição. É o que ensina o crescimento da China, que tem 11 dos seus portos entre os 20 maiores do mundo, por movimentação de carga. Por analogia, promover produtividade aos portos brasileiros é um modo adequado de fomentar o papel do transporte como fator de desenvolvimento econômico – tão urgente. Todavia, pouca coisa acontece.

A comunidade portuária e o setor produtivo do Brasil quer mais do que chá com torradas. Quer ver ações que estimulem o seu espírito animal e contribuam para reverter o espectro de crise econômica que impregna o cotidiano dos brasileiros. Com a palavra o ministro Edinho Araújo.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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