Domingo, 21 Setembro 2025

Editorial | Coluna Dia a Dia

Portogente

A ecologia profunda foi desenvolvida e elaborada na década de 1980

No caminho para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém do Pará, o Portogente abre espaço para refletir sobre o futuro sustentável dos portos brasileiros, com foco no Complexo Portuário de Santos. O maior porto da América Latina vive um momento de expansão expressiva e urgente, mas que precisa estar alinhado a compromissos climáticos globais. Sustentabilidade não é apenas uma pauta acessória, mas um eixo estruturante para a competitividade e legitimidade dos terminais.

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Imagem manipulada por IA

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O Porto de Santos já começa a trilhar rumos concretos para a sustentabilidade. A Autoridade Portuária de Santos (APS) vem implantando programas de eficiência energética, iniciativas de redução de emissões e projetos de gestão ambiental. Destacam-se investimento em monitoramento da qualidade da água, reaproveitamento de resíduos, estudos para transição energética e ampliação da infraestrutura verde no entorno portuário. Essas ações posicionam Santos no mapa dos grandes portos que buscam compatibilizar crescimento logístico com preservação ambiental, reforçando o compromisso de transformar-se em um porto de referência em práticas ESG (sigla em inglês: Ambiente-Social-Governança).

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Casos como a queda de contêineres no Porto de Long Beach na California (EUA) recentemente, ou o incêndio da Ultracargo em Santos, permanecem como alertas de que a produtividade operacional é inseparável da sustentabilidade. Tragédias evitáveis expõem vulnerabilidades logísticas e ambientais que impactam não apenas os portos, mas também a confiança global no comércio marítimo. Nesse contexto, os terminais de Santos têm a oportunidade de se posicionar como referências em práticas ESG, alinhados às diretrizes financeiras internacionais que, cada vez mais, vinculam crédito e investimento ao desempenho sustentável.

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Ao sediar novamente um debate climático após 33 anos da Rio-92, o Brasil traz à tona a necessidade de transformar diplomacia em execução prática. Como destacou o embaixador André Corrêa do Lago: a COP 30 será um marco para consolidar políticas sustentáveis em diferentes setores, incluindo os portos. É nesse cenário que os terminais de Santos precisam acelerar planos de descarbonização, adoção de energia limpa e inovação tecnológica aplicada à logística.

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No Porto de Santos, a expansão territorial da poligonal, o aprofundamento do canal de navegação e projetos de mobilidade como o túnel imerso entre Santos e Guarujá representam uma nova fase. Entretanto, tais iniciativas só terão êxito pleno se incorporarem padrões internacionais de sustentabilidade, com compromissos firmes de monitoramento, mitigação e compensação ambiental.

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Portogente, como think tank portuário, reforça que a transição para portos inteligentes e sustentáveis não pode ser apenas declaratória. Requer ação, monitoramento contínuo e participação ativa da sociedade. A COP 30 coloca Santos e seus terminais sob os holofotes mundiais: além de dobrar sua capacidade de carga, o porto tem que duplicar, também, seu compromisso com o meio ambiente e com as futuras gerações.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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