É de suma importância o conhecimento dos riscos
Em tempo de eleições municipais, o caso do navio bomba é assunto destacado na cidade do Porto de Santos, como uma grave ameaça. As cidades precisam avaliar cuidadosamente as sinergias de cada projeto que acolhem, garantindo que tragam prosperidade, qualidade de vida e empregos qualificados, sem expor a população a riscos desnecessários. A transparência sobre esses riscos envolvidos e sua ampla divulgação para a comunidade afetada são essenciais e inegociáveis.
Navio de Regaseificação entrando no canal de Santos
Veja mais: Cadeiras são para sentar?
Atualmente, o navio de regaseificação de Gás Natural Liquefeito , GNL Hoegh Giant, está fundeado na cabeceira do Porto de Santos, representando um risco significativo para a população local. Com capacidade para armazenar 170.000 m³ de gás natural e processar até 14 milhões de m³, esse navio poderia, em caso de acidente, gerar uma explosão com o poder destrutivo de 55 bombas de Hiroshima. No entanto, esse risco ainda não foi devidamente discutido ou esclarecido junto à sociedade.
Veja mais: Navio-bomba: potencial equivalente a 55 bombas de Hiroshima no Porto de Santos
Nos últimos anos, a demanda por gás natural cresceu e o uso de unidades de regaseificação, como a de Santos, se intensificou. Em geral, essas unidades são instaladas em áreas offshore para minimizar os riscos. Entretanto, em Santos, a escolha foi por um local dentro do porto, a menos de 1 km de um terminal de combustíveis. Isto amplifica o perigo em caso de acidente.
Veja mais: Terminal de gás natural liquefeito (GNL) é em mar aberto (OFFSHORE)
Além disso, o transporte de navios carregados de gás pelo canal do Porto de Santos, um trecho sinuoso e altamente movimentado, aumenta consideravelmente o risco de colisões e acidentes. Qualquer incidente nesse cenário teria impactos devastador, colocando em risco vidas humanas, os terminais e a população que vive nas proximidades.
Veja mais: Energia solar na neoindustrialização do Brasil
