O 1º turno das Eleições Municipais de 2024 acontece no dia 6 de outubro, quando seções eleitorais estarão prontas para receber eleitoras e eleitores
Últimos dias para uma reflexão, antes do término do horário eleitoral e das oportunidades para os candidatos a vereadores e prefeitos ao menos darem uma palavrinha que seja sobre seus planos para - se eleitos – tratarem o futuro das atividades portuárias e como a relação entre suas cidades e esses portos está saudável ou precisa de urgentes mudanças.
Imagem: fotograma de divulgação do Tribunal Superior Eleitoral - setembro/2024
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Não é um debate restrito às cidades com grandes portos, bom lembrar. O caos no trânsito de acesso ao cais afeta cidades bem distantes dos portos, prejudicando fortemente até o trânsito urbano nesses municípios. Veículos pesados saem das estradas e arrebentam ruas e avenidas; veículos de emergência da cidade (bombeiros, ambulâncias...) enfrentam sérios problemas para se deslocar no atendimento às vítimas, vias ficam fechadas por caminhões e trens, roubos de cargas são outra fonte de transtornos; as atividades econômicas dos municípios podem ser afetadas de muitas formas pelos problemas logísticos da atividade portuária.
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Tem mais: dutos para movimentação de gases e produtos químicos liquefeitos podem estar colocando a zona urbana em risco de incêndios e explosões. Em muitos casos, ao longo de décadas de inércia (para não dizer mais) de empresas e órgãos fiscalizadores, tais instalações se deterioram e colapsam, significando explosões e incêndios, mortos e feridos.
A emblemática Vila Socó estava bem distante do porto santista, e cidades no interior do Rio de Janeiro também tiveram sua cota de tragédias com dutos. Só isso já seria bom motivo para todos os cidadãos ficarem atentos ao que pensam e fazem seus candidatos, antes de pressionarem o botão verde das urnas eleitorais.
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E tem mais ainda, além de silos para cereais explodindo, armazéns de açúcar pegando fogo,produtos químicos desconhecidos circulando sem controle efetivo nas vias urbanas e se envolvendo em acidentes graves, poluição de mananciais de água, poluição atmosférica.
Tem infestação por espécies biológicas invasoras trazidas por navios e suas cargas, chegada de tripulantes ainda assintomáticos, porém infectados com novos patógenos que rapidamente se espalham pela população, sobrecarregando os serviços de saúde... todo tipo de criminalidade associada à atividade portuária, como ações violentas associadas ao contrabando, ao tráfico internacional e ao roubo de cargas...
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Consequentemente, as cidades - portuárias ou não - precisam investir em reforço das vias urbanas, fiscalização de instalações de cargas, videomonitoramento inteligente, reforço nos serviços sanitários preventivos e reparadores, policiamento urbano e sua interligação/integração com órgãos de vigilância e inteligência policial de cidades vizinhas, rodovias e ferrovias, estados e federação, controle de fontes de poluição as mais diversas (mesmo que esse controle seja atribuição estadual, é no mínimo necessário cobrar que seja efetivo...).
Tudo isso impacta o orçamento público, desviando recursos que poderiam ser usados em outros setores da atividade municipal.
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Então? Seu candidato tem ao menos consciência disso? Tem planos para iniciar ou melhorar essa relação e participação da cidade nas atividades dos portos mais próximos? Está atento à forma como o zoneamento urbano afeta positiva ou negativamente a expansão das atividades ligadas aos transportes?
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Tem, por outro lado, projetos para inserir economicamente a cidade nas atividades portuárias, como facilitar a instalação de empresas e condomínios logísticos, pátios reguladores, serviços digitais úteis à movimentação portuária, infraestrutura de apoio etc.? Quem sabe, uma base de apoio aéreo eficiente a um porto ‘offshore’? Hotelaria e centros de convenções? Retroporto, Energia...? Espaços para trabalho e negócios? Educação especializada?
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Enfim, é isso. Antes do 'pililili' da urna que em 6 de outubro colocará seu escolhido numa cadeira legislativa ou do Executivo, pense em como cada candidato planeja o futuro de seu município. Agora, se você, leitor, está satisfeito com a condução política das relações entre portos e cidades, pegue uma cadeira e... sente-se!