O silêncio é um continuum significante (As formas do silêncio - Eni Orlandi)
O fato do senador Alexandre Luiz Giordano(MDB) ter participado, no dia 13 p.p. em Brasília, da consulta pública para a obra do túnel imerso do Porto de Santos, de custo previsto de R$ 5,8 bilhões, acompanhado do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, indaga a intenção da denúncia que ele encaminhou ao Senado: “revelam uma verdadeira estrutura paralela dentro da Autoridade Portuária, voltada para práticas criminosas por meio de atos de corrupção envolvendo altos valores em dinheiro coordenados pelo presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini, juntamente com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho”. E pode transparecer negociar com o que sabe.
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Entretanto, esse arranjo que expõe o senador prestigiado no governo e no Senado, não passa borracha na grave denúncia que ele formalizou no Senado e fez circular abundante e intensivamente pela Internet e jornais bem lidos. Tampouco é um caso de muita complexidade para a Polícia Federal esclarecer. É muito estranha a mudança de atitude, num piscar de olho e esquisita, sem um piu sequer sobre o que denunciou: “práticas criminosas”, pelo presidente do Porto de Santos e o ministro de Portos, ambos na mesma solenidade.
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Decerto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, vai prestar os esclarecimentos necessários para que não paire dúvida da seriedade de um empreendimento que, incluindo outras obras programadas e consideradas como práticas criminosas pelo senador Giordano, totalizam R$ 21,3 bilhões, dos quais R$ 8.7 ´privado, que não se exclui seu potencial criminoso. Também o ministro da Casa Civil convém explicar essa cena que expõe um caso de repercussão nacional e que poderá resultar na perda do mandato de Senador, por descumprimento do artigo 55 §1º da Constituição Brasileira.
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Os comentários do caso na Internet expressam uma forte indignação da sociedade. Uma imagem que não convém ao governo Lula e municia a oposição para fortalecer seus ataques diários. Uma fumaça estranha, de mau odor saindo do principal porto do Hemisfério Sul, do qual saiu recentemente toda uma diretoria algemada pela Polícia Federal. Um cenário incompatível com o nível de administração que deve ter o Porto de Santos.
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Sem sombra de dúvida, o advogado Anderson Pomini não tem perfil para ser o gestor desse programa de inovação do principal porto do Brasil. Sequer goza da simpatia do quadro técnico formado de competentes concursados. Do ministro de Portos e Aeroportos, o deputado federal Sílvio Costa (Republicanos), até agora, não se ouviu nenhum esclarecimento sobre esse caso escandaloso, envolvendo o principal ativo do seu ministério. Mau sinal, pois a denúncia do senador Giordano e a sua presença na festa de lançamento do projeto que ataca, passa a impressão de que tem força de negociação.
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