Quinta, 21 Novembro 2024

A cidade não escapa da Histórias. Todos os passados se encontram nela. (Helena Angotti Salgueiro)

No próximo ano, época de eleições municipais, é momento propício para debater as cidades portuárias, e ainda mais com a possibilidade e o alcance do meio digital. Nesse sentido, é oportuno visitar o projeto de pesquisa sobre a reestruturação produtiva na zona portuária da cidade de Santos (litoral de São  Paulo), do arquiteto chileno Carlos Andrés Hernándes Arriaga. Um tratado avançado e urgente da relação porto-cidade, útil para perceber o importante e fundamental.

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Arriaga, em seu relatório científico “A hinterlândia como promotora territorial de áreas em transformação advindas do processo de desindustrialização”, defendeu sua tese de pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Um debate esclarecedor, útil para evitar propostas e ações festivas e eleiçoeiras, onerosas e deletérias, como a demolição da história pelo projeto Valongo-Paquetá. Ou seja, assistir ao triunfo de uma ação sem pensamento sobre um pensamento desarmado.

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O objetivo é um projeto com foco na inovação da cidade portuária produtiva, propondo otimização dos seus potenciais, por meio de pesquisas e indicadores de desenvolvimento urbano territorial para fomentar novos ciclos econômicos. Assim, ampliar capacidades produtivas e de distribuição advindas da implantação dessa nova realidade. Entretanto, não é o que se assiste com o trato do maior acervo histórico portuário do Brasil.

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Didaticamente, ele expõe: “Hoje há um novo tipo de espaço que redefine as relações seculares entre a cidade, paisagem e território.” Ou seja, o tempo e seus registros são instrumentos para possibilitar essa análise. Daí o papel da história e dos museus como um espaço de aprendizado, quando, no presente, ocorre uma forte reestruturação urbana, com novas ocupações do território municipal por seu porto. Não preservar essa história portuária expõe o papel anacrônico do museu do Porto de Santos.

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Abordar a relação Porto-Cidade com visão holística, do além mar à hinterlândia, perpassando sistemas operacional, no porto, e multimodal dos transportes conectando o interior, como propõe Arriaga, amplia a percepção do tempo que passa e tudo muda. Assim, são importantes as lições que se ganha ao evitar o assassinato de uma rede de esgoto portuário e que reproduz, em escala menor, a famosa em pedra lavrada, de Paris, na França.

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