Sexta, 13 Dezembro 2024

A qualidade da administração depende da aplicação dos recursos humanos

O que se assiste nos anúncios festivos do programa de obras do atual ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (PRB), para aprofundar o canal de acesso ao Porto de Santos e ligar a seco as suas margens, por túnel submerso, não há correspondência na aptidão da equipe gestora do projeto de uma obra gigantesca. A começar pelo currículo e decisões do presidente da Autoridade Portuária, o advogado Anderson Pomini, que trata a competência na engenharia como disputa de poder político na gestão de obras. Públicas. Assim, destituiu, sem motivo nem esclarecimento, o engenheiro Carlos Eduardo Bueno Magano.

Dad 30OUT2023À entrada do Porto de Santos. Crédito: Acervo Portogente.

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Trata-se de obras de porte, complexas e de capital intensivo, com estimativa de R$13 bilhões em 10 anos, envolvendo múltiplos interesses e competências como estrutura do Porto de Santos, o principal elo de cadeias logísticas do hemisfério sul, gerador de riqueza e trabalho. Nessa conjuntura de jogo político forte, atua o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PRB), os prefeitos de Santos, Rogério Santos (ex-PSDB-PRB) e de Guarujá, Valter Suman (PSB), deputados da região, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (PRB) e o presidente Lula (PT).

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No âmbito regulatório, atuam na esfera estadual: Cetesb, Artesp; na federal: Antaq. Um rol de exigências e metas a serem atendidas e atingidas, em um período de pouco mais de três anos. Em um contexto político, de verbas e obras, sob o olhar atento da sociedade que irá votar na eleição próxima e não acredita que desta vez essa obra venha a sair, como tantas vezes já prometida. Isto exige análises técnica e política realistas, da parte da Autoridade Portuária, para superar impasses e concretizar.

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Por que, afinal, o presidente do Porto de Santos, Anderson Pomini, destituiu no último 20/9, sem motivo nem esclarecimento, o engenheiro Carlos Eduardo Bueno Magano? Trata-se de um profissional de referência internacional, com uma longa e brilhante carreira funcional e que ocupou cargos de diretor no Porto de Santos. É uma competência indispensável para mediar o êxito desse projeto exigente de profundo rigor técnico. Dados que destacam negativamente o gesto ocorrido e de forma inaceitável.

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Essas perguntas aguardam respostas. É uma indagação que passa para a robusta história do Porto de Santos, que não se cala, da qual Magano faz parte e escreveu trechos gloriosos. Todas as obras anunciadas são necessárias e desejadas. Decerto, não são tarefas triviais e impõem capacitação. Entretanto, o que se assiste é a inconsequência política onerosa que se repete há décadas. Portanto, ela deve ser freada a tempo. O debate está posto.

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