Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela. (Maquiavel)
De olho na construção da sua ascensão política, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não mede esforços para demolir os seus potenciais adversários eleitorais. Assim, tenta atrapalhar o caminho exitoso, até agora, do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para construir o túnel submerso ligando a seco as margens do Porto de Santos. Sonho quase centenário da Baixada Santista. Realização frustrada na gestão de Tarcísio, então ministro da Infraestrutura, que não explicou bem, até agora, tantos projetos malsucedidos e ruidosos, como o da privatização da Companhia Docas do Espírito Santos – Codesa.
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Não podia ser mais insidiosa a finalidade do circo montado no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, na última terça-feira (13), pelo deputado bolsonarista Antônio Carlos Rodrigues (PL/SP) com a coadjuvação, pelo celular em viva voz, do presidente liquidante da estatal paulista Desenvolvimento Rodoviária S/A (Dersa), para debater o processo de construção do túnel submerso, que se desenrola exitosamente sob a condução do ministro Márcio França. Além do mais, o passado do deputado Antônio Carlos à frente do ministério dos Transportes não é uma referência para balizar rumo de um projeto dessa envergadura.
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A comunidade do Porto de Santos e a região da Baixada Santista devem assumir a defesa das ações até agora colocadas em prática, de forma surpreendente pelo atual ministro de Portos e Aeroportos. É preciso evitar a politização de um projeto técnico avançado, por interesses pessoais do governador do Estado de São Paulo. Nunca, em quase cem anos, foi possível perceber tão concretamente a construção dessa tão sonhada e politizada ligação a seco, do canal do principal porto do hemisfério sul. Da qual já ocorreu até a solene inauguração da sua maquete, pelo candidato José Serra.
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Pela excelente formação engenheira do atual governador de São Paulo, quando recentemente à frente do ministério da Infraestrutura promoveu a reforma festiva da ponte dos Barreiros, em São Vicente, ficou claro o seu pouco caso com o desenvolvimento da região entorno do Porto de Santos. Do mesmo modo que, até o final da sua gestão, tratou o túnel submerso. Essa ponte atravessa um trecho da malha hidroviária do canal do porto; entretanto, quando dessa sua reforma, o seu calado aéreo foi mantido com altura que impede a passagem de barcaças com contêineres. Tratava-se de oportunidade por excelência para ampliar a rede logística do porto e estender o seu comércio aos municípios vizinhos. Como ocorre nos principais portos mundiais.
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O governador de São Paulo, no caso do túnel, situa-se num horizonte conflitante com a região da Baixada Santista. Isso prejudica sobremaneira o desenvolvimento de outros potenciais para gerar trabalho e riqueza, a partir de ações estaduais. Por exemplo, a ligação rodoviária Parelheiros-Itanhaém é, também, um projeto tão importante quanto o túnel. Está prevista para iniciar neste governo, a construção do porto de águas profundas entre São Vicente e Praia Grande.
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Com certeza, o ministro Márcio França irá recorrer ao governador, no que for necessário de esforço do Estado de São Paulo na sua área. É o caso de prováveis tratativas para destravar a empacada construção da estrada de Parelheiros à Itanhaém, como estrutura de uma nova logística ampliada, com o recebimento de navios com calados que superam a atual profundidade de acesso ao Porto de Santos. Por isso, convém que o governador não atrapalhe a construção do túnel submerso.
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