Nenhum país tem condições de ignorar a necessidade de competir
No governo Lula, o modelo de administração do Porto de Santos poderá ser regionalizado e mais produtivo. Como sindicalista e político, a história de Luís Inácio Lula da Silva narra seus sucessos na arte da negociação. Foi assim a sua última vitória eleitoral, há 15 dias, para presidente da República, no seu terceiro mandato e um feito político pioneiro no Brasil, conquistada com uma ampla e robusta frente partidária. É hora da comunidade do principal complexo portuário do Brasil negociar, estrategicamente, competitividade para o seu porto no governo que inicia em 45 dias.
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No horizonte dos principais portos mundiais, seus processos envolvem muitos referenciais imperativos à inovação. Uma boa preparação facilita uma negociação eficaz. Um bom começo será corrigir os erros do passado, pela aplicação da Lei 12.815/15. Na visão moderna de porto, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) deve ser restabelecido no seu formato original: a solução junto ao problema. Um modelo de regionalização que deve abranger a homologação da diretoria da Autoridade Portuária.
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Melhorar de forma contínua a eficácia operacional do Porto de Santos perpassa os limites do seu canal de acesso: a profundidade de 17,4 metros e a geometria com curva de pouco raio. Por isto, recentemente foi preciso implantar uma operação complexa e de baixa produtividade para receber um navio de 347 m de comprimento. Há alternativas estudadas, técnica e economicamente, de expandir para o porto oceânico. Todavia, esses e outros desafios relevantes há muito são tratados sem perspectiva.
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Decerto, o processo de desestatização do Porto de Santos, em curso, tem muitas incertezas e uma legitimidade distinta do porto privatizado da antiga Companhia Docas de Santos, monopolista e de excelente qualidade operacional. Ao mesmo tempo, a proposta do programa de porto do governo Lula prevê a revisão do atual modelo de privatização, de forma a preservar funções públicas das autoridades portuárias, justificando a busca de eficiência e aumento da produtividade. Entretanto, o atual processo de indicações dos diretores deve ser aprimorado, levando em conta o conhecimento da área de atuação.
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Uma negociação implica que todos os lados precisam ganhar valor. No caso do Porto de Santos tal relação é factível: há competências alinhadas com os propósitos da comunidade portuária e ao projeto político do governo Lula, simultaneamente. Daí a importância de se definir objetivos e prioridades, com metas claras. As respostas da direção da campanha de Lula às perguntas do Portogente, enviadas durante o período eleitoral, em agosto, seguem abaixo.
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