No longo prazo, nenhuma atividade permanecerá totalmente imune à automação.
A história nos instrui sobre o significado das coisas. Como Portogente vem alertando, o debate do programa de desestatização do ministério de Infraestrutura (Minfra), para o Porto de Santos, ocorrido na Câmara Municipal de Santos no dia 16 último, pode promover a pior solução: não ocorrer a reforma do atual e superado modelo de gestão, por causa da inépcia do governo federal. A saída é instalar esse processo, de múltiplos interesses, junto ao problema a ser tratado.
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Dois casos, entre outros, ilustram essas incertezas. A Autoridade Portuária de Santos – SPA está envolvida numa contratação de dragagem judicializada, porque desrespeita o princípio constitucional de economicidade; ao mesmo tempo, alega resultado financeiro de sucesso histórico. Na audiência pública, na Câmara Municipal de Santos - Porto: Privatização E Trabalho - foi bem demonstrado que não haverá os investimentos anunciados como base da reforma.
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Audiência Pública: Porto - privatização e trabalho
Nesse clima de insegurança, são inúteis os eufemismos de que o programa do governo não é definitivo e aceita contribuições. É desfavorável tentar fazer triunfar a apresentação sobre a significação, em tempo de campanha política. A magia de criar os empregos, prometidos por uma gestão não profissionalizada que desemprega, não produz eco com o discurso da intensificação de capital, porque essa estratégia não está alinhada à expansão do negócio portuário nem aos princípios da secular atividade.
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Frederico Bussinger acautela o setor sindical nesse debate, com análises profundas e propostas muito bem elaboradas. Desse modo, Câmara Municipal, o governo municipal e setores representativos da comunidade portuária dispõem de uma pauta robusta e detalhada para alinhar fatos e problemas; assim, poder reconhecer e tratar as questões principais do maior porto do Brasil. A primeira conclusão é de que se faz necessária mais uma audiência pública.
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A Câmara Municipal de Santos faz uma contribuição relevante para que o debate do complexo portuário da cidade seja uma base sólida e histórica da sua transição para ser porto do século XXI. O Porto de Santos é a razão da sua região; uma infraestrutura e um fator de produção essenciais à premente reindustrialização e ao desenvolvimento do Brasil.
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