O nome da solução do problema “Brasil” é São Paulo feliz. (autor desconhecido)
O anúncio da provável candidatura do ministro Tarcísio Gomes de Freitas ao governo de São Paulo, já negado por sua assessoria, impactou o noticiário político. De pronto, por conta da intrepidez de um carioca encarar a disputa de uma eleição, pela primeira vez, para governador do maior e politizado colégio eleitoral do Brasil. Iniciativa essa, que vem sendo intensivamente desejada pelo presidente Jair Bolsonaro, como estratégia da própria eleição.
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Ser eleito governador de São Paulo não é uma conquista trivial. Indubitavelmente, o ministro tem muito potencial político para assumir uma cadeira no legislativo federal. Além do mais, a vitória do governador João Dória nas prévias do PSDB será uma pedra enorme no caminho do candidato do PL ao Palácio dos Bandeirantes. E o Minfra não tem uma foto bonita para mostrar do processo da desestatização do Porto de Santos.
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Decerto, o ministro Tarcísio de Freitas é o mais notável do governo. Assim sendo, é inexplicável a insegurança que se assiste no programa de desestatização dos portos e que se traduz por uma insatisfação generalizada. No Porto de Santos, prioriza a desestatização e ativos, sem abordar devidamente os fatores essenciais para o progresso do Estado de São Paulo, como propõe Portogente em Santos2050. Em 2-4-22, muda o líder do Minfra.
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Se há sucessos para o Minfra comemorar no programa das ferrovias e rodovias, o que se assiste na reforma dos portos brasileiros, foi no sentido contrário à meta da campanha eleitoral, dos portos serem alçados ao patamar dos asiáticos. Esse horizonte inclui o porto de São Sebastião, de administração estadual paulista e que estava sendo tratado, impropriamente, em conjunto com o de Santos. Uma perda de tempo grave. E não para por aí.
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Se for lançada no próximo mês como anunciada, a consulta pública sobre a desestatização do Porto de Santos talvez produza a transparência que até agora não houve, num projeto com referencial inconsistente e que não explora plenamente o potencial regional. O Brasil não tem margens para suportar imprudências. É preciso recuperar o tempo perdido e aproveitar para fazer as mudanças urgentes do principal complexo portuário do País.
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A politização das soluções logísticas do Estado de São Paulo, pelo Minfra, vem resultando em prejuízos econômicos e sociais graves à população paulista. Esses caminhos dos transportes, que ligam historicamente a hinterlândia do Estado ao Porto de Santos, e não são atendidos satisfatoriamente nas suas necessidades federais, agora deverão ser trilhados pelo ministro Tarcísio de Freitas, para cabalar votos como candidato a governador.
Reportagem especial - Vera Gasparetto
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