Quinta, 21 Novembro 2024

Causou enorme perplexidade o pedido do ministro Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, para que a investigação sobre as candidaturas-laranjas do PSL em Minas Gerais envolvendo o seu nome tramite no Supremo Tribunal Federal (STF). Prerrogativa tão criticada por ele durante toda a sua campanha, o foro privilegiado foi corretamente negado pelo ministro Luiz Fux. O ilícito em questão, envolvendo um nome de confiança do governo Bolsonaro, solapa politicamente a sua permanência à frente da pasta.

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Ministro Marcelo Álvaro Antônio - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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A um ministro, assim como à mulher de César, não basta ser sério; precisa provar que é sério. Ao contrário do que fez Marcelo Antônio ao tentar usar o STF para se livrar da apuração em curso pelo Ministério Público Estadual e a Polícia Federal da movimentação ilegal de R$ 279 mil de verba de campanha. A impressão que passam essas manobras jurídica e financeira, fragiliza a confiança para administrar um cargo que lida com verbas volumosas. Ardis que tampouco demonstram a grandeza pedida para lidar com políticas de turismo. Pois, trata-se de um setor econômico, social e sustentável, prioritário para suprir trabalho extinto nesta era da Inteligência Artificial. E envolve desafios que exigem visões bem mais densas do que as propostas oportunistas e demagógicas da campanha eleitoral de Marcelo Antônio.

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As laranjadas do ministro são incompatíveis com a gestão de um cenário projetado pelo governo federal para o setor, até 2027, atingir R$ 739 bilhões. A exemplo do êxito que se verifica com o turismo como economia na Espanha e noutros países mundo afora, a expectativa para o Brasil é de serem empregadas cerca de 9 milhões de pessoas. A atividade turística gera economia, cria empregos, fomenta os comércios locais, estimula a cultura, promove a sustentabilidade, causa demanda à indústria e atrai investimentos. Sua ampla cadeia de suprimento e logística abrangem os setores rodoviário, aéreo, ferroviário e aquaviário. Uma demanda que não deve ter seu atendimento prejudicado pela presença do caso das laranjas do PSL no dia-a-dia do ministério do Turismo.

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A atitude recomendada nessas situações é o afastamento até que se apure a verdade dos fatos ligados às candidatas laranjas dos PSL, em MG. A manobra malsucedida de tramitar seu processo no STF agravou a pressão. Pois, sua posição contrária ao foro privilegiado foi compromisso formal de campanha. Difícil a Folha de São Paulo, que revelou o caso, deixar de publicar semanalmente comentários sobre o processo de apuração, como aconteceu com o ex-ministro Gustavo Bebianno, em caso semelhante. E do qual ficou a pergunta ainda não respondida: por que o tratamento diferenciado?

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Diante dessas trapalhadas do ministro do Turismo, e que envolvem também as assinaturas das prestações de conta das candidatas laranjas assinadas pelo mesmo advogado do candidato Marcelo Antônio, está posto um impasse. De tirar um ministro e perder um deputado. Situação que não ocorreu na demissão do secretário Gustavo Bebianno. Porém, é das redes sociais que brotará a exoneração do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

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