O Brasil, que já esteve entre as maiores potências marítimas quanto à tonelagem de embarcações próprias, hoje está em 27º lugar, com meros 128 navios ou 0,66% da frota mundial, se considerados mais 33 embarcações de bandeira estrangeira. Para comparar, o Japão conta com 3.751 navios (15,73% da frota mundial), sendo 720 de bandeira do país; a Grécia se destaca com 741 navios próprios e 2.409 em bandeira estrangeira, somando seus 3.150 navios 15,96% da frota mundial. E vale citar a China, com 2.024 navios em bandeira nacional e 1.609 em bandeiras estrangeiras, controlando 8,96% da frota mundial, conforme dados da Unctad em 2010. Nesse quadro, até a minúscula Cingapura apresenta 985 navios, sendo 598 em bandeira do país, somando 2,8% da frota mundial, números próximos aos de Dinamarca e Hong-Kong.
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A frota mercante brasileira, que chegou a incluir na década de 1990 mais de 5 milhões de toneladas de porte bruto em graneleiros, quase 4 milhões de TPB em petroleiros, baixou esses números para pouco mais de 0,8 e 1,2 milhão de TPB em 2010, respectivamente. Igualmente os cargueiros, que em 1984 somavam cerca de 1,9 milhão de TPB, representam hoje pouco mais que traços no fundo dos gráficos, confundindo-se com os números de porta-contêineres e outros tipos de embarcações (menos de 400 mil TPB em cada categoria).
O que parece uma longa jornada ladeira abaixo tem alguns contrapontos positivos, mesmo que ainda incipientes, pois a frota graneleira e de porta-contêineres evoluiu ligeiramente em comparação com 2009, refletindo um pouco o bom momento que o país atravessa nessas áreas econômicas.
A alta idade média da frota nacional, chegando a 23 anos nos transportadores de granéis sólidos e 20 anos nos de granéis líquidos (e ainda 18,6 anos na frota de apoio portuário, 14 anos na de carga geral e 13 na de apoio marítimo, ou mesmo 10 anos em média para os porta-contêineres, conforme dados da Antaq de agosto de 2011), mesmo influindo na queda progressiva de tonelagem, representa igualmente uma esperança de melhores dias, com a renovação dessa frota.