Nem sempre interessa ao cliente que a carga chegue logo ao destino mas com alto custo, muito menos que demore muito a chegar, ainda que o custo seja bem reduzido. A alternativa entre o oneroso e rápido transporte aéreo e o barato mas lento transporte marítimo é a modalidade conhecida como sea-air, um transporte misto que aproveita o melhor dos dois mundos.
É o que China e Grécia estão definindo agora, com a armadora chinesa Cosco e seu terminal de contêineres no porto de Piraeus, de um lado, e o aeroporto internacional de Atenas, do outro. O pacto deve expandir a iniciativa do aeroporto no transporte aéreo de cargas, que vinha tendo apenas "sucesso modesto" desde que foi lançada em 2007.
Muitas das novas cargas são destinadas aos Estados Unidos, devendo também ser expandido o tráfego para os países balcânicos, cujos aeroportos são pequenos para receber aviões cargueiros. O aeroporto internacional de Atenas é um dos poucos na Europa que vêm desenvolvendo a movimentação multimodal, incorporando procedimentos aduaneiros simplificados e processos de manuseio muito rápidos, explica Aléxis Sioris, responsável pelo desenvolvimento do aeroporto, em entrevista à Hellenic Shipping News.
Enquanto isso, prevê-se o surgimento de um novo terminal multimodal próximo do porto de Piraeus, numa área de 588 mil m² conhecida como Thriassion e pertencente à National Railways Organization (OSE), questão que deve ser resolvida até o final deste mês, com a participação da Cosco e da Piraeus Port Authority (PPA). Cerca de 150 milhões de euros devem ser aplicados na preparação da infra-estrutura, incluindo uma ferrovia direta. Os armadores chineses querem transformar o local num centro de transportes, que pode se tornar o primeiro terminal multimodal grego de porte internacional, após mais de três décadas de espera.
O píer II do terminal no porto de Piraeus deve receber investimentos para ampliar sua capacidade de recebimento de contêineres de 1,6 para 2,6 milhões de TEU até o fim de abril de 2014, e está sendo planejada a construção de um terceiro píer, agregando mais 1,1 milhão de TEUs à movimentação do porto.
