Começamos esta semana com indícios de que a crise econômica de 2008 se arrastará por muito além de 2011, provocando, possivelmente, uma mudança no mapa da economia e (porque não) da política mundial, levando, consequentemente, a mudança social das nações.
Acontecimentos neste sentido pipocam pelo mundo. Entre estas mudanças está a reconfiguração étnica dos países. Não uma reconfiguração pacífica, dada pela recomposição dos fluxos migratórios; mas, uma reconfiguração dada pela intolerância.
Em momento de recessão e crise econômica, imigrantes são ameaças a “nativos” em sua inserção e permanência no mercado de trabalho, extrapolando esta esfera e interferindo nas práticas culturais dos imigrantes. A proibição do uso do véu islâmico e a expulsão de ciganos na França representam bem esta intolerância com as diferentes culturas que um mundo em crise pode gerar.
Falo isto pouco tempo após Anders Behring Breivik ter assassinado mais de 70 pessoas na Noruega e publicado um manifesto na internet, com mais de mil páginas, demonstrando sua intolerância com muçulmanos, comunistas, multiculturalistas e mulheres. Membro de grupos conservadores, Breivik é o retrato de para onde o mundo pode caminhar, caso não sejamos capazes de, em conjunto com as mudanças políticas e econômicas, reconfigurarmos socialmente o mundo em favor da igualdade.