PortoGente tem noticiado, com pesar, a sistemática situação de risco dos trabalhadores portuários, com freqüentes ocorrências fatais. As apurações feitas a cada morte não têm resultado em maior segurança para os trabalhadores. Você teria propostas para solução desse grave problema?
Psicólogo, professor universitário e pesquisador da USP. Mesmo com todas essas funções, Hélio Alves, aos 55 anos, ainda arruma tempo na semana para dar atenção à família e a pintura, sua mais recente paixão. Em uma exposição realizada na UniSantos, seus quadros chamaram a atenção do público que compareceu ao local por abordarem, entre outros temas, a rotina do Porto de Santos. Em entrevista ao PortoGente, Hélio conta que não sabe ao certo quantos quadros já produziu nos últimos três anos. “Eu pintava algumas telas para amigos meus, por isso hoje não sei quanto produzi. Mas valeu a pena, me divirto e sou feliz assim”.
Ao andar por algumas ruas de Santos, percebe-se que ainda faltam alguns passos para que se tenha uma verdadeira integração entre porto e cidade, uma expressão que se tornou chavão e sinônimo de harmonia entre as operações no cais e a população. PortoGente mostra nas próximas linhas e em várias fotos que, em alguns casos, chega a ser perigoso integrar a rotina do porto em áreas urbanas.
Para o ponta-de-lança Júlio César Oliveira de Moraes, de 47 anos, fazer o gol do título no Campeonato de Futebol dos Estivadores, em Santos, foi o melhor presente de 2006. Jogando pela turma 12, no time do Barcelona do Cais, o portuário é um exemplo do quanto o Porto de Santos é importante para tantos santistas. Em entrevista ao PortoGente, Júlio conta que jogou futebol profissionalmente por 17 anos, mas realizar esse sonho só foi possível por ele ser um trabalhador portuário avulso. “Quando eu ficava dois, três meses sem jogar, era o dinheiro do porto que sustentava minha casa. Devo muito ao cais de Santos, até hoje”.
Barulho, desconforto, péssimas noites de sono e a conseqüente perda na qualidade de vida. Essa série de fatores nada agradáveis é resultado direto do barulho da buzina dos trens que atravessam regiões populosas da cidade de Santos. O modal ferroviário, uma alternativa fundamental para descongestionar os gargalos logísticos do maior porto da América Latina, tem tirado o sono das pessoas que moram próximas à linha férrea, especialmente no trecho da Avenida Francisco Glicério, entre o canal 1 e a Avenida Conselheiro Nébias