A costa brasileira possui 7.367 quilômetros, dos quais mais de quatro mil são navegáveis. Apesar do imenso potencial hidroviário, o Brasil ainda tem como matriz o transporte rodoviário, que carrega 71% das cargas. Enquanto isso, o governo tenta estimular as modalidades de transporte hidroviário, entre elas a cabotagem, tipo de navegação entre os portos marítimos ou entre um porto marítimo e um fluvial, dentro do território de um mesmo País.
O engenheiro Hermes Vargas dos Santos, especialista em transporte hidroviário, elogiou a dragagem de aprofundamento do Porto do Rio Grande. Ao PortoGente, ele disse que o maior mérito das autoridades estaduais e federais foi tirar do papel uma obra aguardada há tanto tempo pelos gaúchos, mas que ninguém conseguia colocar em prática. A draga Juan Sebastián de Elcano [foto] foi a responsável pelos serviços em Rio Grande.
Com cerca de nove mil quilômetros de costa e privilegiada rede hidroviária, o Brasil encara a frustração de não conseguir desenvolver o transporte de cabotagem e equilibrar a matriz nacional de transportes.
Em entrevista exclusiva ao PortoGente, o professor e chefe da área de Transporte Aquaviário do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Floriano Carlos Martins Pires Junior, colocou o pé no freio e destacou que o caminho de recuperação da indústria naval brasileira está apenas começando.
PortoGente conversou com o economista Humberto Dalsasso, que atua como consultor empresarial e é colunista do site do Conselho Federal de Economia e um estudioso da economia chinesa. Na sua análise, a China tem alta demanda por matéria-prima e o Brasil é um local para buscar energia, infraestrutura e terra. O que aparenta ser um simples estaleiro pode abrir as portas para adicionar empreendimentos como um porto para exportar minérios para a China. Leia a entrevista e veja o que isso tem a ver com o projeto de instalação do estaleiro da OSX, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina.