Se estivessem vivos nos dias de hoje, grandes desenvolvimentistas como Roberto Simonsen e Celso Furtado apontariam a adoção e desenvolvimento de novas tecnologias - especialmente a utilização de veículos autônomos e da inteligência artificial - como a principal solução para o problema relacionado ao desenvolvimento do país.
Como essa onda felizmente ainda está no começo, a adoção de incentivos governamentais corretos, políticas públicas acertadas e um afrouxamento na burocracia relacionada a adoção de novas tecnologias aliada a um investimento massiço por parte do empresariado brasileiro garantirá que o país seja beneficiado por ela.
Veículos autônomos ganham terreno ao redor do mundo - No setor de transportes, caminhões autônomos já são realidade em duas minas australianas e seu uso tem se espalhado por diversas áreas.
No setor agrícola brasileiro, a Volvo pretende comercializar até 2020 uma versão autônoma do caminhão semipesado VM. Desenvolvido no próprio país com ajuda da matriz sueca, o veículo foi feito especialmente para uso na colheita de cana-de-açúcar e permite diminuir as perdas no processo, que podem chegar até 20%.
Uma vantagem que o uso de veículos autônomos tem para se desenvolver em áreas fora da cidade é que devido a área restrita de operação, não há qualquer necessidade de regulamentação.
Isto provavelmente significa que, devido as suas capacidade de trafegar em espaços restritos como corredores e trilhos, a adoção de ônibus e trens autônomos deve ocorrer mais cedo que a de outros veículos e se tornem uma aposta mais segura para o ambiente brasileiro.
Ainda assim, o crescimento de veículos autônomos fora de áreas restritas continua a crescer internacionalmente e as empresas correm para desenvolver os mais diversos tipos de transportes, como navios, aviões, carros e caminhões para transporte de carga.
Inteligência artificial pode fornecer assistência perfeita - Décadas após a vitória no xadrez, a inteligência artificial já avançou sobre outros esportes mentais com maiores doses de variabilidade. Recentemente um computador do Google venceu o campeão atual de Go e até mesmo o poker – um jogo de informações incompletas – está sendo conquistado.
Entretanto, vencer esportes mentais é apenas o primeiro passo na evolução da inteligência das máquinas. Os próximos passos indicam que elas se tornarão cada vez mais presentes no cotidiano, especialmente em posições de auxílio e assistência.
No campo de investimentos, empresas americanas como a BlackRock e Vanguard, utilizam softwares como o Alladin para análise de riscos e consultores robotizados, tanto para auxiliar seus executivos a tomarem as melhores decisões quanto para ter fundos gerenciados apenas por robôs.
O uso da inteligência artificial Watson, cujo nome foi dado em homenagem ao ajudante de Sherlock Holmes, também continua crescendo, e ela já auxilia médicos com diagnósticos e formas de tratamento e advogados com respostas sobre legislação, além de ser o sistema por trás de diversas aplicações.
No Brasil, a banca JBM Advogados, implementou há alguns anos outra espécie de software para automatizar praticamente todas as etapas burocráticas de processos, como recebimento e o cadastro de novas ações, juntadas de petições e pagamento de custas. O ganho de produtividade foi enorme e hoje o escritório cuida de mais de 360 mil processos com apenas 420 advogados.
A tecnologia está avançando cada vez mais, mas Elon Musk, empresário que ficou famoso devido a Tesla e a SpaceX, quer ir além e conectar o cérebro humano a uma inteligência artificial, eliminando a interface física e colocando o assistente diretamente na mente do usuário. A ideia ainda está distante da realidade, mas os ganhos de produtividade proporcionados por ela seriam inestimáveis.
A adoção destas tecnologias não funcionará como uma varinha de condão que resolverá todos os problemas de desenvolvimento do Brasil, entretanto, seu avanço é irrefreável e quanto mais cedo elas forem adotadas, maior e mais rápida será a capacidade de desenvolvimento do país. Estas tecnologias servirão tanto para automatizar processos físicos e cognitivos quanto como assistentes que vão cortar custos e permitir cada vez mais que humanos foquem em atividades intelectuais em detrimento de atividades maçantes.