O Fórum Internacional de Transportes (FIT) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou um estudo analisando as opções para zerar as emissões de gases de efeito estufa do transporte marítimo no planeta. Esta é a opção mais ambiciosa na mesa das negociações climáticas da Organização Marítima Internacional que se iniciaram no último dia 3 de abril e que devem resultar no maior acordo para o setor em 2018.
A conclusão do estudo é que é possível descarbonizar quase completamente a navegação marítima até 2035, contradizendo os argumentos dos países que lutam para manter a permissão para poluir para o transporte marítimo. Entre eles, o Brasil, que nessas negociações defende que não haja um limite absoluto, argumentando que isso prejudicaria o comércio mundial. O relatório desmonta esse argumento ao mostrar que a meta de carbono zero é factível com tecnologias já conhecidas e usadas.
Se fosse um país, a indústria naval seria o sexto maior emissor de CO2 do mundo. Caso nada seja feito para reverter este panorama, as emissões de CO2 do transporte marítimo podem crescer cerca de 250% até 2050, segundo a IMO, impulsionadas pelo crescimento esperado no comércio mundial.
O relatório recomenda:
• Estabelecer uma meta clara e ambiciosa de redução de emissões para impulsionar a descarbonização do transporte marítimo;
• Apoiar a realização de metas de redução de emissões com um conjunto abrangente de medidas políticas; e
• Fornecer incentivos financeiros inteligentes para promover a descarbonização da navegação marítima.
"A certeza sobre o caminho de descarbonização desejável para o transporte ajudará a impulsionar a mudança", disse Olaf Merk, especialista em portos e navegação da ITF. “A orientação clara dos governos é, portanto, essencial para acelerar a transição para o transporte de carbono zero”.
O trabalho para o relatório foi realizado com o apoio da European Climate Foundation. Clique aqui para acessar o último relatório do IFT “Descarbonizando o Transporte Marítimo: Caminhos para o transporte de carbono zero”