Quinta, 21 Novembro 2024

Em 2017 ocorrem dois encontros para discutir como a navegação marítima internacional pode reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. O primeiro deles aconteceu, na última semana, na sede da Organização Marítima Internacional (IMO) em Londres, Reino Unido, onde 172 nações (uma lista completa de membros pode ser encontrada aqui), ONGs e lobistas da indústria discutiram como impedir a atual tendência de que as emissões da navegação subam de 50% a 250% até meados deste século, dependendo do cenário econômico e do avanço das tecnologias.

A demanda por transporte marítimo aumentou significativamente nas últimas décadas: navios transportam cerca de 90% do comércio mundial. As emissões dos gases de efeito estufa do setor tiveram crescimento igualmente impressionante: 70% desde 1990. Atualmente o setor é responsável por entre 2% e 3% da emissão global de gases de efeito estufa. Se as emissões da navegação fossem reportadas como se fossem de um único país, o transporte marítimo ocuparia um lugar entre o Japão e a Alemanha no ranking dos maiores emissores de CO2, respondendo por um volume maior do é emitido por todos os países da África juntos. Sem um esforço adicional significativo por parte da indústria marítima, o setor colocará em risco os compromissos do Acordo de Paris pela manutenção do aquecimento global bem abaixo dos 2°C sobre os níveis pré-industriais. Por isso, a IMO pretende lançar em 2018 uma estratégia inicial de redução de emissões de gases de efeito estufa, muito provavelmente envolvendo uma trajetória de longo prazo para a redução das emissões de CO2 e medidas práticas de curto, médio e longo prazos.

Antígua, Barbuda, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Kiribati, Ilhas Marshall, Ilhas Salomão, Suécia, Tonga e Tuvalu estão entre os países que defendem que, para garantir a efetividade climática, é importante definir um alto nível de ambição de redução de emissões alinhado com o objetivo de temperatura do Acordo de Paris, e que este seja adotado o mais rapidamente possível, ou seja, em 2018, quando a estratégia inicial será adotada.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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