Quinta, 28 Novembro 2024

Opinião

Presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

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Engenheiro eletrônico, vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

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É fato. Como empregados, somos acostumados a pedir, solicitar, reclamar, protestar e reivindicar por melhores condições de trabalho: salários, bonificações, abonos, auxílios, vales, adiantamentos, dissídios, reajustes e férias. Talvez consequência dos movimentos ludista e cartista ocorridos no século XVIII, quando engatinhávamos na relação empregado versus empregador, lutando pela extinção do trabalho infantil e de jornadas que beiravam 80 horas semanais. Ou dos movimentos sindicais no início dos anos 80.

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Diretor da Rica Comunicação especializada em agronegócio e produtor rural em Mato Grosso do Sul

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Convivemos recentemente com um movimento de greve que causou transtornos à sociedade em todo o Brasil. O movimento grevista dos caminhoneiros citava a alta dos preços dos combustíveis, dos pedágios e dos valores dos tributos sobre o transporte como fatores das ações. Após a Presidente Dilma sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem veto, este ato funcionou como um acordo entre governo e caminhoneiros para o desbloqueio de rodovias no país. Nos anos 80 e 90, novas paralisações de transportadores autônomos bloquearam estradas em vários estados e vias expressas das grandes cidades brasileiras, causando desabastecimento em alguns setores. No vizinho Chile do socialista Salvador Allende, a greve dos caminhoneiros no final de 1972 foi mais longe: ajudou a desestabilizar o país e abriu o caminho para o golpe militar que derrubou, no ano seguinte, o presidente eleito democraticamente. Em meio ao movimento pró-Impeachment da Presidente Dilma, que terá seu ápice em 15 de março de acordo com as mobilizações em redes sociais, não acredito que este tenha sido o objetivo dos grevistas, por um simples motivo: temos realmente um cenário obscuro no transporte rodoviário brasileiro. Chamamos a atenção, porém, para que não sejam esquecidos os empresários do setor de transporte, pois além de todas as dificuldades são os geradores de emprego deste grande segmento no Brasil. Os problemas citados pelos autônomos afetam diretamente as empresas de transportes. Nos últimos anos, a maioria das transportadoras ficou sem condições de investimentos com tanto aperto que sofreram, enfim, SUCATEARAM NOSSAS FROTAS E O PIOR: TRATARAM AS TRANSPORTADORAS COMO SE FOSSEM CAMINHONEIROS AUTÔNOMOS (a comparação não pode ser realizada, pois, com todo o respeito, os caminhoneiros autônomos possuem somente - na maioria das vezes - apenas um caminhão). Esqueceram, portanto, a grande quantidade de empregados nas operações, além da própria estrutura que deve ser mantida para o serviço de transporte, entre tantos outros fatores. Devemos também parar as rodovias para sermos reconhecidos como empresários geradores de riquezas, de divisas e de empregos para o Brasil?

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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