Não foram poucos os dirigentes portuários, empresários e autoridades que disseram neste PortoGente ser imprescindível para o Brasil estimular as atividades de cabotagem e transbordo. No entanto, só boa vontade não basta. As altas tarifas impedem que essas atividades sejam realizadas com maior frequência. O aspecto financeiro é o que determina os rumos dos negócios e será preciso tornar todo o sistema mais atraente economicamente falando.O Porto de Itajaí (SC) colocou o tema em evidência ao criar resoluções com novas tarifas para ampliar a competitividade desses dois tipos de operação. O porto catarinense vem passando por apuros desde novembro do ano passado, quando foi parcialmente destruído pelas chuvas que castigaram Santa Catarina. Em janeiro deste ano, houve até uma redução de 10% das tarifas em geral para manter a clientela do Porto.Dessa vez, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Itajaí homologou, na última semana, redução de 20% nas tarifas para operação de cabotagem, buscando atrair um novo nicho de mercado. No caso do transbordo, que praticamente inexiste no Porto devido aos custos pouco competitivos nos portos do Brasil e do mundo, será computado apenas um movimento para fins de aplicação de tarifa e não dois, como ocorria anteriormente. A adoção de estratégias financeiras para ganhar terreno na competição entre portos é interessante para os usuários do sistema. Entretanto, os dirigentes do Porto de Itajaí, das demais Autoridades Portuárias brasileiras e da Secretaria Especial de Portos (SEP) precisam estar atentos para saber se as tarifas cobradas estão de acordo com o serviço prestado, com os valores aplicados em outros modais e se reduções são viáveis economicamente diante do interesse público. Já passou da hora para o estímulo à cabotagem sair da arena das vontades e promessas e se tornar realmente atrativo para os usuários. Mãos a obra?
Desde setembro deste ano, quando a Secretaria Especial de Portos (SEP) determinou que os Planos de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZs) dos portos brasileiros fossem revisados, a comunidade portuária nacional tem se mobilizado para garantir um planejamento adequado para o futuro. A revisão, no entanto, deve causar alguns conflitos de interesses. No Porto de Angra dos Reis (RJ), por exemplo, uma discordância, que não é recente, foi parar no Ministério Público Federal. O Sindicato dos Arrumadores daquela região acusa representantes da prefeitura angrense de querer retirar áreas do porto organizado para utilizar na construção de edificações públicas e até de uma marina, em detrimento ao interesse da atividade portuária.
O pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Nelson Kuwahara, criticou o Ministério dos Transportes nesta terça-feira (1º), durante o seminário “Potencialidades Econômicas da Biodiversidade Amazônica”, realizado em Brasília. Os investimentos na matriz de transportes da região Norte, segundo ele, estão excessivamente concentrados nas principais capitais, deixando na mão importantes polos de produção. Assim, essas cidades menores encontram grandes dificuldades para se desenvolver. O evento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em rápida entrevista ao Dia-a-Dia do PortoGente, o senador Osmar Dias (PDT-PR) explicou porque defende a criação de pelo menos mais quatro portos secos no seu estado.
Os principais executivos das concessionárias de ferrovias no Brasil não aliviam quando o assunto é o acesso ferroviário aos portos. Considerado o ponto mais crítico da cadeia de transporte terrestre, a entrada e a saída de trens dos portos brasileiros ainda estão longe da eficiência. Sem melhorias, a projeção é de que o modal ferroviário cresça de forma tímida nos próximos anos, contrariando as pretensões de investidores e do Governo Federal.* Diretor do Dnit fala sobre multimodalidade * A desgraça da logística de transportes no Brasil