A sonhada duplicação da BR-101 nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul virou um pesadelo para motoristas e comunidades, que já dura seis anos. A jornalista Vera Gasparetto percorreu a rodovia federal e verificou quatro situações: trechos concluídos; trechos concluídos, mas já em reformas; trechos em obras e trechos onde não há nenhuma movimentação de obras, ou seja, nada foi feito ainda.
A situação mais crítica é entre os municípios catarinenses de Imbituba e Tubarão e entre Laguna e Aranguá, onde a maior parte da estrada está em obras ou aguarda o seu início. Nessa região, pedestres, ciclistas, carroças, veículos leves e caminhões necessitam conviver. Nas zonas urbanas, o caso se complica devido à falta de sinalização adequada e aos desvios e ausência de locais adequados para o tráfego.
Em muitas áreas pontes e viadutos inacabados, mas já liberados, oferecem um perigo adicional. Em Laguna, também em Santa Catarina, não há sinais de obras na ponte que faz a travessia da Lagoa de Cabeçuda. O projeto prevê uma ponte de 7,9 quilômetros sobre o Canal Laranjeiras, ligando Bentos a Bananal, com três viadutos de acesso, uma passarela e uma passagem inferior e dois passa-fauna.
Caminhoneiros obrigados a usar a rodovia dia após dia para o transporte de cargas podem ser considerados verdadeiros heróis, pois o perigo oferecido requer altas doses de adrenalina e concentração para andar na região.
Na semana passada uma delegação catarinense liderada pelo governador Raimundo Colombo foi à Brasília cobrar a execução do cronograma das obras, mas não foi recebida pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
No trecho do Rio Grande do Sul a BR-101 está praticamente concluída, mas muitos trechos já estão em reformas.