O Brasil patina há anos para tirar do papel os projetos relacionados à expansão da cabotagem. O volume de carga movimentada por navio entre os portos nacionais até cresceu de 2009 para 2010, mas falta embarcação no mercado para dar conta da demanda e muitas empresas logísticas ainda insistem no modal rodoviário.
O empresário José Geraldo Vantine, que há 30 anos lida com assuntos logísticos em seu dia a dia, fez uma importante observação sobre o tema. Ele conta que, em portos como os de Manaus e Belém, onde a cabotagem poderia ser aproveitada em larga escala, há uma falta de sincronismo entre produtores e distribuidores.
“Em Manaus e Belém, ora você tem dois ou três navios ancorados, ora não tem nada. Ora não há cargas, ora há mais de US$ 15 milhões em mercadorias para pronto escoamento rumo ao Sudeste e faltam embarcações. A falta de equalização tem dificultado a compressão do profissional de logística.”
Ele chama atenção dos armadores e das empresas prestadoras de serviços, que em sua opinião devem olhar o processo todo e verificar o que o mercado precisa, e não restringir-se ao que elas querem fazer.
“A cabotagem sempre tentou expandir sua atividade para além dos portos e, com exceção de uma ou outra experiência bem sucedida, não houve nada de pleno sucesso que oferecesse ao embarcador uma vantagem plena e sem prejuízo ao serviço.”