Após o anúncio de concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos, as expectativas se voltam para o "pacote portuário” no Brasil. Ainda não totalmente embrulhado, consta que, além de investimentos, deve conter mudanças no modelo balizado pela vintenária “Lei dos Portos”, diz Frederico Bussinger, colunista do Portogente.
É fato que o Brasil carece de mão de obra qualificada em vários setores produtivos e de prestação de serviços. No entanto, isso tem sido explorado de forma oportunista para algumas associações de classe. Representantes de grandes empresas reclamam que faltam jovens disponíveis no mercado, mas a razão pode não estar na falta de profissionais treinados e interessados. A maior parte das vagas não ocupadas oferecem salários irrisórios e privam os contratados dos direitos básicos.
Uma das principais carências do setor logístico no Brasil é a formação de engenheiros navais de qualidade. O País conta com dois cursos renomados e tradicionais de formação em nível de graduação: na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Algumas outras iniciativas incipientes estão sendo desenvolvidas nas federais de Pernambuco (UFPE), Pará (UFPA) e Rio Grande (Furg).
Segundo apurou o Portogente, há duas correntes de sentimentos entre funcionários da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em relação à possibilidade do órgão ficar com somente um diretor e impedido de exercer as suas funções a partir de fevereiro de 2013. Uma delas acredita que o Governo Federal irá adotar a mesma estratégia aplicada à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), também neste ano, para evitar que a Antaq tenha as atividades completamente paralisadas.
É jogo jogado promover uma nova modernização dos portos brasileiros, a exemplo da Lei 8.630/93. Há também uma posição da Presidência da República de preservar a Autoridade Portuária estatizada e com a qual concorda a maioria dos setores direta e indiretamente ligados à atividade portuária. Resta definir qual o modelo de administração descentralizada e mais ágil será adotada nos portos brasileiros, para se buscar a eficiência e superar os gargalos.