Segunda, 16 Junho 2025

Editorial | Coluna Dia a Dia

O futuro do transporte marítimo será moldado por uma combinação de inovação tecnológica, sustentabilidade e dinâmica global em evolução.

O caso do terminal STS10, aprovado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ no último dia 5 e que puxou para a briga o governador do Estado de São Paulo, o engenheiro Tarcísio de Freitas, que, surpreendido pela nova sistemática, fez duras críticas ao governo Lula, sobre as novas regras aprovadas pela agência reguladora, das quais destacou as consequências no esvaziamento da ampla competição e impedimento à participação de agentes econômicos tecnicamente qualificados na disputa pelo ativo. Não menos grave, podem resultar na prestação de um serviço menos eficiente e mais custoso para a cadeia logística paulista. Abordagem esta que necessariamente deve abranger a construção do Hub Port 17, o terminal para receber navios com 17 metros de calado e em mar aberto, objetivo há décadas perseguido sem sucesso. . O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, oficial do Exército, concursado do ministério de Transportes, formado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia – IME, um Instituto de referência mundial da engenharia, por tudo isso, tem credenciais para ser o centro do debate do complexo de contêineres que precisa ser construído no principal porto do hemisfério sul.

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A tendência na indústria de navios utilizados para transportar contêineres é aumentar o tamanho (escala) do navio, no sentido de otimizar o custo do transporte em lances maiores. Nesse sentido, no caso dos contêineres, é preciso projetar e construir o HubPort 17 de Santos, com 17 metros de profundidade. Há anos, a comunidade do Porto de Santos mobiliza-se, sem êxito, para construir o futuro do seu comércio marítimo dos grandes navios, para a profundidade de 17 metros, como fizeram tantos portos mundo afora. A escala de crescimento do uso de contêineres desde os idos de 1980, quando surgiram os primeiros desses equipamentos, demonstram o imperativo de o porto moderno receber os “big ships” .Há muito este assunto é pautado no Porto de Santos, entretanto, sem o profissionalismo e competência necessários. O que está em jogo é o custo final do produto, tão caro ao comércio marítimo. A economia de escala e a eficiência econômica são fatores determinantes para se pensar com entusiasmo na busca da solução. Trata-se de levar produtos e serviços onde eles são necessários, com destaque no novo tempo da rota Bioceânica.

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Saltar da modalidade de contêineres movimentados na escala atual no Porto de Santos, para um PortoHub, de águas abertas, com17 metros de profundidade, é um projeto inexorável e desafiador. Como tantos projetos, Santos 17 foi um movimento sem sucesso, por falta de proposta robusta e metodologia. Entretanto, é inerente ao debate do terminal STS10. Foi assim, quando no Porto de Roterdam, na Holanda, construiu a sua extensão (offshore) o Massvlakte. As novas forças do comércio marítimo são propulsoras desse projeto. É fato que portos com menor movimentação de volumes, menos equipamentos – em determinadas áreas – não têm a mesma produtividade dos hub ports. Entretanto, o STS10 contribui e se favorece do papel do porto hub. São técnicas que, há muito já são utilizadas como vantagem competitiva. Essa tendência nos navios de contêineres cresce. Falta o espírito empresarial, como ocorreu com os Guinle em 1892, e tem hoje para fazer acontecer -no âmbito empresarial e governamental, conjuntamente.

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O enorme navio Cap Santo Antonio de bandeira dinamarquesa, carregado com contêineres, e que, no último dia 20 destruiu uma plataforma de embarque entre Santos e Guarujá, confirma o limite do Porto de Santos para participar da futura realidade da navegação, se não forem tomadas as providências necessárias. Também é fato que portos com menor número de volumes movimentados, menos equipamentos e, em determinadas áreas, limite de horas de trabalho por semana, não têm a mesma produtividade de um hub port. Portanto, convém que o projeto do HubPort tenha a condução do governo de São Paulo, em parceria com o governo Federal, conforme ve m sendo com a construção do túnel submerso, sob o canal desse porto. O Brasil não tem tempo a perder nem dinheiro para desperdiçar. Decerto, a participação empresarial do grupo JBS, como foram os Guinle, trará o espírito empreendedor essencial a um projeto dessa dimensão.

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Esse debate ocorre, favoravelmente, em um tempo político de forte exposição e de campanhas intensas calcadas em realizações, envolvendo o principal porto brasileiro. Foi o que demonstrou o ruído sonoro devido a atitude inexplicável da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no leilão do Tecon Santos 10 (STS10), no último dia 6. O posicionamento do governo de São Paulo foi muito competente e, inexoravelmente, vai buscar resultado. Trata-se de uma concentração geográfica produtiva, interconectada com cadeias de negócios em torno do comércio marítimo, essencial ao pujante crescimento estadual. Nesse contexto, tem destaque a construção do HubPor17 da Baixada Santista. Uma missão, para a qual, o Engenheiro Militar, Tarcísio de Freitas, tem competência suficiente para avaliar a importância e concretizar o projeto.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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