O Porto de Santos torna-se mais especializado e voraz por espaço (Ronaldo S. Ornelas, geógrafo).
A história nos instrui sobre os significados das coisas. No final da década de 80, a Empresa de Portos do Brasil S.A. (Portobrás), estatal que administrava os portos do governo federal, realizava no Porto de Santos uma obra de troca de solo e aterramento de uma faixa entre o canal de acesso ao porto e os cais do Valongo ao Paquetá. Fazia parte do projeto de ampliar aquela faixa de cais, quando a extinção da estatal frustrou o excelente projeto. Hoje estão anunciando o Parque Valongo, uma proposta que precisa comportar rico potencial social, urbanístico, de engenharia,
logístico, turístico e cultural.
Museu marítimo de Barcelona/Espanha.
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Comparativamente, usando figuras de linguagem, o divulgado na imprensa seria como deixar de implantar um projeto de primeiro mundo, para realizar uma ideia Jeca Tatu. É necessário que a proposta da Prefeitura Municipal de Santos, com anuência do ministério dos Portos, utilize a verba anunciada e apresente resultado para a eleição de 2024, contanto que ela seja entregue mais ampla e compatível, em 2026. Deste modo, solucionar prioridades, eliminar resistências logísticas nos transportes portuários e urbanos, bem como sanar as graves consequências desse conflito, que degradam a qualidade de vida na cidade das pessoas.
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Desde a exitosa era da Companhia Docas de Santos, jamais o Porto de Santos viveu uma oportunidade de anunciar, com certeza de realização, um arranque de obras como vive hoje. Sem ter sido equivocadamente desestatizado e Indissociável da história quase centenária escrita pelos Guinle, esse porto está competentemente representado politicamente e está bem dirigido tecnicamente. Condições essenciais para realização desse projeto, há muito adiado.
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Considerando que aproximadamente setenta por cento da movimentação de carga no Porto de Santos ocorre a jusante do trecho Valongo-Paquetá, e será intensificada com incremento do comércio marítimo, dá para imaginar a perda de produtividade decorrente do acesso truncado para essa área, hoje já saturada. Os atrativos do parque também contribuem para aumentar o volume de automóveis no espaço logisticamente exíguo.
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O Porto de Santos é o primeiro do hemisfério sul em corrente de comércio US$ FOB [iniciais da expressão inglesa Free On Board. Quer dizer que o exportador é responsável pela mercadoria até ela estar dentro do navio, para transporte, no porto indicado pelo comprador]. Manter o seu protagonismo na era das logísticas tecnológicas, exige que sejam sanados os seus gargalos prejudiciais à produtividade. A começar por segregar os fluxos dos transportes portuário e urbano, como prioridade para eliminar resistências que prejudicam a sua competitividade. Estratégias que fortalecem o discurso e o propósito político de entregar um resultado com dimensão grandiosa.
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No seu papel de think tank, Portogente vai debater e expor ideias, para contribuir com a inovação da região onde nasceu o principal porto do hemisfério sul. Assim, agregar valor ao projeto Parque Valongo, com competências dos setores portuários e urbanos, com intervenções eficazes e pilares ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês).
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Por sua característica insular, uma ilha de pouco mais de 30 km², o conflito porto-cidade de Santos, nessa região, requer solução de engenharia avançada. Puxadinho é via inadequada. É preciso separar o trânsito portuário, de caminhões e trens, dos fluxos urbanos: das pessoas e dos veículos leves. Ganhar espaço sobre as águas, como percebeu a Portobrás na década de 70. E entregar a obra definitiva em 2026.
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