O projeto dos que governam está limitado pelo condicionamento material e institucional da sociedade, por suas bases produtivas. (Fernando Henrique Cardoso)
A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava escrita nas estrelas. Um País pujante em crise, tapando seus problemas como se cobrisse o sol com peneira, inspirou a campanha da oposição. A Internet que elegeu Jair Messias Bolsonaro (PL), em 2018, agora explicitou seu descrédito e expôs a sua rejeição, como consequências de uma política com recursos, mas sem arte. Como proclama o presidente eleito, não foi o PT que ganhou; foi uma frente ampla partidária e de forças em defesa da democracia e da República. Um movimento em defesa dos limites que definem uma sociedade realmente democrática, na prática do dia a dia.
Lula iniciou sua trajetória política no sindicalismo, mediando negociação entre o trabalhador e o empregador, num momento de exceção do País. Condição suficiente para harmonizar a tendência à direita do Congresso e controlar a governabilidade, como foi nos seus dois mandatos, entre os anos 2003 e 2011. Seu compromisso de não se candidatar mais, e as manifestações de mea culpa do apoiador e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que implantou e hoje é contrário à reeleição, são fumus de reforma eleitoral. Parece que voltará o mandato de cinco anos e sem reeleição.
O foco prioritário de Lula na campanha foi o programa econômico, escolha acertada tanto pelo cenário nacional, com os gastos políticos secretos, quanto no horizonte internacional, com a desaceleração da economia mundial.
O fato de a Bolsa de Valores ter disparado com o resultado das urnas no 1º turno, mostra uma situação despreocupada com eventual ameaça aos investimentos, pela vitória de Lula. É hora de realizar grandes obras de infraestrutura necessárias, como o porto offshore (oceânico), em Praia Grande. A desestatização do Porto de Santos é uma incógnita e ao mesmo tempo essencial, considerando a resultante trágica da sua estatização.
A vitória de Tarcísio de Freitas para governar São Paulo, o Estado mais rico do Brasil, cuja economia foi impulsionada pelo Porto de Santos, vai fomentar um novo ciclo de desenvolvimento, com excelentes perspectivas, pela visão única do Porto que ele tem,, na história estadual. Como ministro, assegurou a construção do túnel submerso, entre Santos e Guarujá, um sonho quase centenário da população local e imprescindível para a logística portuária. Acrescente-se o fato de Lula conhecer bem a prioridade dessa questão, da sua juventude morando em Guarujá..
O resultado das urnas mostra um Brasil beneficamente polarizado na política. No tocante ao processo tecnológico aplicado às diferentes logísticas, vai promover um novo arranjamento do mercado, na urbanização e no social do País.
Portanto, é relevante o papel do debate regionalizado das logísticas, que movimentam a produção e o consumo brasileiros, como forma de promover políticas atreladas à solução. Tudo isso é vontade humana.
Sucesso presidente Lula!