As bases do comércio lucrativo proporcionaram à Europa ocidental a riqueza necessária para o capitalismo de produção (John A. Hobson)
É oportuno, neste momento de transição de governo, expor demandas e potenciais prioritários na inovação do Porto de Santos alinhada com as tendências comerciais globais e parâmetros operacionais ágeis. O fato de o secretário de Portos ser da região facilita o diálogo e catalisa ações objetivas. A Baixada Santista tem relevante densidade acadêmica e excelente comunidade portuária. Condições para realizar uma travessia épica, como realizaram os Guinle no final do século XIX, na construção em pedra dos cais profundos, instalação de ágeis guindastes e múltiplos acessos terrestres ao porto. Feito até hoje ímpar na sua grandiosidade.
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Distinto da questão irresolúvel do ovo e a galinha, o comércio nasceu primeiro que o navio e escreve a história da riqueza do homem, para além de Leo Huberman. Projetar e construir o Porto de Santos é uma marcha de conquistas, até agora, sem início estruturado, mas que deve ser uma realização com visão e competência, que há muito não se enxerga na direção do principal porto brasileiro. Na penúltima, os diretores saíram algemados pela Polícia Federal. A atual, executou uma maracutaia na contratação da dragagem, que pode ser uma pedra no caminho do virtuoso projeto que o ministro de Portos anuncia, de privatizar o canal de acesso.
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O horizonte da cultura digital anuncia a entrada em cena do crescimento das cadeias locais de valor. Elas irão dinamizar as rotas marítimas, respondendo aos desafios da revolução da informação. Hora de construir logísticas ágeis e o porto indústria, tão decantado, mas nunca bem projetado no Porto de Santos. A autoridade portuária deve assumir o seu papel de agência de desenvolvimento regional. Possibilitar as cidades portuárias perceberem e assumirem os seus papéis. É hora de gerar riqueza e trabalho, com foco, também, na indústria e suas logísticas de entrada e saída.
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Como um teorema, Portogente demonstrou o insucesso que veio a acontecer na Tecsis, fábrica de pás eólicas em Sorocaba, uma ideia avançada. Todavia, uma logística de exportação em que a carreta ficava aguardando por dias a sua vez de descer a Serra de Santos, até o porto. No canal navegável por onde foi transportada, no início do Séc. XIX, a usina hidrelétrica de Itatinga, que alimenta o porto, a cidade de Bertioga, com economia quase artesanal, não percebe que tem uma porta para o mundo no seu quintal e uma indústria verde potencial. Por deficiência da autoridade portuária de Santos.
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O Porto de Santos deve ampliar a sua participação no cenário global, incorporando os novos ambientes tecnológico, sustentabilidade e modelos modernos de negócio associado a nichos de mercado. Isto é um movimento, em curso há muito tempo, em portos do hemisfério norte. De modo a atrair migrações de processos produtivos ocorrendo no mundo. Uma dinâmica que diversifica do que acontece hoje no papel desta autoridade portuária.
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Os desafios à frente não são triviais. Decerto, o que se assiste no acolhimento do presidente Lula, pelos chefes de estados mundiais, consolida o Brasil como um relevante ator do comércio global. Um jogo que premia o momento certo de entrar em um mercado ou cobra os custos de chegar tarde demais. O Porto de Santos há que se preparar para o novo momento e chegar a tempo. O que poderá acrescentar um capítulo exitoso no livro da sua pujante história.
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