Os diferenciais surgem de inovações e insights profundos sobre como são os processos e como eles podem ser melhorados (Profª Cynthia A.Montgomery –Harvard)
Pela primeira vez na sua história, nesta segunda-feira (24/10), o Porto de Santos recebeu um navio com 347 metros de comprimento. Para o porta-contêineres CMA CMG Vela, de bandeira alemã, adentrar o canal com curva de pouco raio e operar em um terminal especializado. foi necessária uma operação complexa e onerosa. que expôs deficiências incompatíveis com um porto do comércio internacional moderno e para as quais há soluções adequadas, bem como aumentariam a capacidade de movimentação de mercadorias. No que tange à relação porto-cidade, expôs-se mais um atraso.
Foto: Rosana Di Fidio
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A travessia por balsas entre as cidades conurbadas de Santos e Guarujá foi interrompida por duas horas, para passagem do longo navio. Trata-se de um fluxo urbano intenso por onde também circulam ambulâncias com emergência. E a solução para essa deficiência é anunciada sem resultado há mais de 50 anos. Entretanto, depois de uma diretoria da autoridade portuária sair algemada pela Polícia Federal e estudos em curso para um projeto de desestatização do porto, é possível intuir a mensagem de Schumpeter sobre “destruição criativa” no principal porto do Brasil.
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O Porto de Santos tem condições geográficas para receber, sem impactos indesejáveis, o navio de maior comprimento no mundo, o HMM Algeciras, com 400 metros. Entretanto, tem carecido de liderança à altura desse desafio e isso tem facilitado favorecimentos que conflitam com o projeto do Porto do Futuro. É preciso que outra linha de pensamento tome a dianteira e isso vem se constituindo, a partir das novas forças políticas comprometidas com a região da Baixada Santista.
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Entender esse processo facilita o enfrentamento de novos desafios para agregar valores aos negócios da comunidade do porto e ampliar o horizonte de oportunidades inerentes à atividade portuária contemporânea, das novas tecnologias. E que o Ministério da Infraestrutura - Minfra tem se mostrado insuficiente para realizar essa façanha. Pois são inadmissíveis erros como a reconstrução da Ponte dos Barreiros com insuficiente calado aéreo, situação de pontes que há século inviabilizam o porto estender-se por suas vias fluviais. Todavia, ocorrem debates infrutíferos das hidrovias da Baixada Santista.
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Este é um esboço de um quadro pujante e há razão de tudo isso acontecer; para menos mal e muito bem da região influenciada pelo Porto de Santos, econômica e socialmente. Visto que, nesta comunidade encontra-se a maior competência sobre o que se trata: do principal fluxo sul-americano do comércio marítimo internacional. No próximo domingo, o resultado das eleições dará o novo rumo. Com qualquer vento, para ir em qualquer direção. Afinal, navegar é preciso.