Ao tratar de competitividade, é preciso compreender os fatores que determinam as suas peculiaridades
Os fatos são diferentes do que pretende insuflar pela imprensa o secretário estadual de Logística e Transportes de São Paulo, João Octaviano Neto, que encena, sem a clareza e distinção necessárias, a justificativa da ponte ligando a seco as margens do Porto de Santos. Não paira dúvida de que o túnel submerso é a melhor solução de engenharia - com espírito analítico, criatividade e aspectos multidisciplinares - para essa travessia; um problema complexo que afeta o porto e as cidades.
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No mesmo texto, o secretário deturpa a noção de governança republicana ao se referir à competitividade do túnel, sem atrelamento a negócio paralelo, relacionado com a ponte oferecida pela Ecovias. Com certeza, não é esse nível de debate, sem significação, que a sociedade exige para entender uma decisão que irá alterar o seu cotidiano. Pois envolve o mais importante porto do Hemisfério Sul e uma das mais antigas regiões do País.
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No século XXI não há oportunidade para falsos dilemas nem raciocínios inexplicáveis que aprofundam a ruptura das ligações comunitárias. Trata-se de escolher com ampla visão a ligação a seco eficaz, para construir espaço urbano que liga duas cidades de múltiplos fluxos. Um relevante é a vocação turística da região. Portos devem ter uma relação para garantir que,de fato, ‘Cidade e Porto irão juntos',como bem demonstram os acessos e as facilidades do túnel.
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É preciso construir o túnel, como afirma João Otaviano: “A ponte não inviabiliza o túnel.” Fato inequívoco de que o túnel é essencial. Realmente, onde está planejada e foi a de Prestes Maia, a ponte já está construida na Via Piaçaguera-Guarujá. O túnel é uma ligação da relação moderna Cidade e Porto. E o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas demonstra pressa para realizar essa obra, ao anunciar que o estudo está em curso e no final de 2021 será encaminhado às estâncias de aprovação.
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O túnel complementa a circulação segregada dos fluxos portuário e urbano, como continuação submersa da Avenida Mário Covas, tratada como avenida portuária. Além de tudo isso, será mais uma atração oferecida pela concorrida região turística, como é a ponte Rio-Niterói.