Os portos brasileiros se não mudarem serão uma carga para o País; e o produto nacional vai perder competitividade no comércio internacional. Se mudarem, libertarão um potencial enorme para o crescimento das regiões do Brasil.
Por mais indubitável que possa transparecer e atender aos interesses mais poderosos, a reforma do sistema portuário brasileiro requer muito além do que possibilita a fórmula econômica. A especificidade desta solução, na conjuntura dos portos, trará novos problemas, talvez piores do que as perdas que, lamentavelmente, assiste-se hoje. O fato de o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ter conhecido, em 29 de janeiro último, o Porto de Santos, pode e convém ser interpretado como o início de uma proposta objetiva para inovar os portos nacionais.
Editorial
* Ministro Tarcísio conhece o Porto de Santos
Engenheiro formado por uma das escolas de elite da área, uma das características profissionais do ministro é a visão sistêmica. Isto implica, principalmente, encarar a realidade física, social e econômica como um conjunto complexo; atuando de forma integrada e interdependente. Assim, conhece bem os aspectos técnicos ligados ao projeto, à construção e à operação de um porto. Ao mesmo tempo, essa visão não isola o porto do contexto regional e nacional; do seu papel logístico e comercial, bem como do social e fomentador do desenvolvimento.
Reforma portuária
* WebSummit Nova Abertura dos Portos
Por isso, oportuna a entrevista do presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, que afirmou: "[...] o Banco Mundial não recomenda administração privada nos portos." Uma posição coincidente com a do universo portuário mundial. Ou seja, de quem entende de porto. E o Brasil não pode mais perder oportunidades de desenvolvimento por falta de coragem ou visão dos seus líderes.
Márcia Costa | Cais das Letras
* Banco Mundial não recomenda administração privada nos portos
Da mesma forma, importante indagação ao Ministério da Infraestrura sobre como está sendo abalizada a escolha do modelo "landlord port”, tendo como resposta: "O Ministério da Infraestrutura reconhece os méritos do modelo Landlord como melhor prática internacional...”. Hoje, por causa da velocidade promovida pela tecnologia blockchain na logística e no transporte do comércio internacional, a mudança dos portos tem pressa e não pode esperar, sob risco de se perder a chance de crescer de forma sustentável. Daí o acerto do consenso para fortalecer a eficácia.
Editorial
* Terminais portuários poderão fechar
Por não saber fazer de outro jeito, o oficial do Exército e ministro Tarcísio vai dar celeridade à reforma portuária, como fez até agora, e em pouco tempo, com a infraestrutura dos demais modais de transporte. O sucesso que todos desejam vai depender também da participação ampla e cooperativa de todas as comunidades portuárias do Brasil. Trata-se da construção de portos de maior produtividade e mais oportunidades para todos.