Em 29 de novembro de 1985, numa pequena sala de um prédio antigo da tradicional Praça da República, no centro da cidade de São Paulo, nasceu a Fiorde Assessoria e Despachos Ltda., hoje mundialmente conhecida como Fiorde Logística Internacional. Tudo começou quando o seu criador, o executivo Milton Lourenço, aos 32 anos de idade, depois de uma carreira que começara a partir do cargo de auxiliar de importação/exportação na antiga Sociedade Brasileira de Despachos Ltda., de Santos, hoje desaparecida, sentiu-se com experiência suficiente para empreender seu próprio negócio.
Então modesta empresa familiar, a Fiorde iniciou suas atividades como assessoria de despachos aduaneiros de importação e exportação. Desde sua fundação, porém, cresceu em ritmo acelerado, com a criação logo em seguida de sua divisão internacional de agenciamento de cargas aéreas e marítimas, passando a operar inclusive como NVOCC (Non Vessel Operator Common Carriere) e armazenamento. Em 1989, surgiria a Fiorde Armazéns Gerais (Fiorde Cargo), empresa especializada no transporte rodoviário, que conta com terminais em Guarulhos e Santos.
Já no começo do novo século, surgiria a Fiorde Fairs, divisão especializada em logística nacional e internacional para feiras, exposições, congressos, shows e obras de arte, que passou a coordenar embarques desde a origem até o destino, oferecendo eficientes operações nas diversas modalidades de transporte, liberação aduaneira (temporária e definitiva), armazenagem, embalagem, distribuição, remoção e transporte especial, além de assessoria, estudos e desenvolvimento de projetos comerciais ou industriais. Atualmente, a Fiorde Fairs é agente oficial das principais organizadoras e promotoras de eventos no Brasil.
Apoio logístico
“Com essa estrutura, hoje, o Grupo Fiorde pode oferecer aos seus clientes total apoio logístico para o transporte e liberação aduaneira de cargas, prestando um serviço door to door”, diz o presidente Milton Lourenço, ressaltando que faz parte da filosofia da empresa buscar permanentemente maior agilidade em seus serviços, que incluem coordenação de transporte, pagamento de fretes e taxas, contratação de seguro e análise de carta de crédito, entre outros. “A Fiorde coloca à disposição de seus clientes serviços de consolidação de cargas para qualquer ponto do planeta, oferecendo sempre as tarifas mais competitivas e as melhores soluções logísticas do mercado”, observa.
“Estamos também capacitados a oferecer todos os tipos de assessoria e consultoria, desde o estabelecimento de custos de importação e exportação, classificação fiscal, análise e obtenção de benefícios fiscais, informações sobre normas, editais, portarias e regimes aduaneiros especiais, até a elaboração de defesas e recursos administrativos”, acrescenta.
Segundo o diretor-presidente, a Fiorde, além de colocar à disposição de seus clientes serviços especiais, como elaboração de projetos de draw back e obtenção de licença de importação para materiais especiais (usados), reúne condições para assumir projetos especiais e de terceirização dos departamentos de comércio exterior de empresas. “Oferecemos todas as condições para que o cliente possa concentrar seu foco de atuação em seu core business”, diz.
Com mais de 500 funcionários, o Grupo Fiorde, com sede em São Paulo, à Rua Frei Caneca, 739, no bairro de Cerqueira César, mantém filiais em Santos, Jacareí, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Manaus e nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, além de agentes subcontratados nos principais portos e aeroportos. Dispõe ainda de centros de distribuição em Santos, Guarulhos, Belo Horizonte e Cabo de Santo Agostinho, junto ao porto de Suape-PE.
Uma das primeiras empresas do setor a conquistar a certificação ISO 9001, desde 2000, a Fiorde vem sendo, anualmente, recertificada pelo ABS Quality Evaluations Inc., de Houston, Texas (EUA). Em 2011, conquistou a última versão do selo, a ISO 9001:2008, que, além da melhoria constante dos seus serviços, atesta a preocupação da empresa com a capacitação profissional.
Para sair da crise
O empresário Milton Lourenço reconhece que a empresa teve de utilizar estratégias próprias para escapar das dificuldades impostas pela crise de 2008 e 2009 e, mais ainda, pela atual. “Tivemos de fazer alguns reajustes para enfrentar o atual momento, focando em melhorias na gestão, além de aperfeiçoar os processos para aumentar a produtividade, sem deixar de apostar em crescimento, mesmo quando grande parte das empresas perdia fôlego”, diz.
Lourenço ressalta que não basta simplesmente reduzir despesas, mas fazer as escolhas certas. “Em 30 anos de história, já passamos por muitas situações adversas, como períodos de recessão e hiperinflação, além de juros exorbitantes, mas nada foi suficientemente forte para abalar o nosso otimismo”, garante.
Para o empresário, se quiser tirar o País da atual crise econômica, o governo, além do inevitável ajuste fiscal, precisa estabelecer uma política de comércio exterior que preveja os instrumentos necessários para estimular as exportações, pois só assim será possível gerar empregos e renda para fazer movimentar o mercado interno. “Como nenhum país está interessado apenas em comprar, é preciso também aumentar as importações”, diz.
Lourenço observa que o País hoje paga pelo amadorismo que marcou as três últimas administrações federais que, imbuídas de teorias terceiro-mundistas, relegaram o Brasil a uma posição marginal no processo de dinamização do mercado global, apostando apenas no avanço das exportações para os mercados da América Latina e África, a chamada política Sul-Sul, em detrimento das relações com os Estados Unidos, o maior mercado do planeta, e a União Europeia. “Poderíamos ter avançado naqueles mercados, sem abandonar os mais importantes. Uma política não invalida a outra”, argumenta.
O empresário, porém, reconhece que, felizmente, o atual governo, sem alternativas, entendeu que persistir naquela política equivocada só haveria de agravar ainda mais a crise. “O atual governo procurou se reaproximar do mercado norte-americano e está tentando levar o Mercosul a formalizar um acordo com a União Europeia”, lembra, admitindo, porém, que essa é uma política que leva tempo para ser amadurecida, mas que “já apresenta resultados palpáveis na medida em que os EUA voltaram a ser o principal destino das exportações brasileiras”.