Cabotagem reduz em até 90% as emissões de CO₂ e reforça papel sustentável do Porto de Paranaguá
Terminal de Contêineres em Paranaguá, localizada no litoral paranaense — Foto: Divulgação/TCP
Um estudo desenvolvido pela Norcoast, empresa brasileira de navegação costeira, revela que a cabotagem pode reduzir em até 90% as emissões de gases de efeito estufa em comparação ao transporte rodoviário. A análise, que avaliou as operações de papel e celulose da Klabin, demonstra o potencial do modal marítimo como alternativa sustentável para a logística nacional.
Os embarques, realizados via Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), mostraram resultados expressivos. Somente em 2024, a cabotagem evitou a emissão de 12 mil toneladas de CO₂ — o equivalente à retirada de 2.600 veículos das ruas durante um ano ou ao plantio de 86 mil árvores. No acumulado de 2025 até agosto, já foram 7,7 mil toneladas de CO₂ evitadas.
“Acreditamos que a navegação costeira vai além de uma decisão logística — é uma escolha consciente por uma alternativa mais eficiente, que conecta, integra e transforma. Para além de otimizar a logística, buscamos diariamente repensar a integração dos diferentes meios, criando entregas mais eficientes e um futuro mais limpo.”
— Stephano Galvão, Diretor de Operações da Norcoast
Atualmente, a Norcoast opera com quatro navios de até 3.500 TEUs de capacidade cada — todos com escala regular no TCP desde fevereiro de 2024. O Terminal de Contêineres de Paranaguá é hoje um dos principais elos da cabotagem brasileira, conectando exportadores e importadores às operações costeiras.
Segundo Carolina Merkle Brown, gerente comercial de armadores e de inteligência de mercado da TCP, “a cabotagem é uma solução logística sustentável, confiável e com custos competitivos. Desde o retorno desses serviços na TCP, em 2024, observamos um aumento expressivo na adesão de clientes e nos volumes movimentados”.
A Klabin ocupa a 4ª colocação no Brasil em movimentação de contêineres secos por meio da cabotagem, com mais de 20 mil TEUs movimentados em 2024. Apenas no Porto de Paranaguá, foram 3.500 TEUs transportados por este modal.
Impacto Ambiental — Cabotagem x Rodovia
- Redução de emissões: até 90% menos CO₂
- Emissões evitadas em 2024: 12 mil toneladas
- Equivalência: 2.600 veículos a menos nas ruas
- CO₂ evitado até ago/2025: 7,7 mil toneladas
De acordo com Roberto Bisogni, diretor de Planejamento Operacional e Logística da Klabin, “adotamos a cabotagem como parte da nossa estratégia logística por unir duas características essenciais: eficiência operacional e sustentabilidade. Utilizamos este modal para abastecer unidades no Norte e Nordeste, reduzindo custos e emissões”.
Da terra ao mar: integração ferroviária e eficiência
A sustentabilidade também está presente no transporte terrestre da cadeia logística. Desde 2021, a Klabin utiliza o corredor ferroviário KBT para movimentar papel e celulose entre a Unidade Ortigueira (PR) e o Terminal de Contêineres de Paranaguá, uma distância de 380 km. O projeto é fruto da parceria entre Klabin, Brado Logística e TCP.
O terminal, conectado diretamente à ferrovia operada pela Brado, é o único da Região Sul com ligação entre a zona alfandegada e a malha ferroviária, o que garante agilidade e menor impacto ambiental.
Corredor Intermodal Klabin–TCP
- Extensão: 380 km (Ortigueira–Paranaguá)
- Capacidade produtiva: 2,5 milhões de toneladas/ano
- Modal ferroviário: Brado Logística
- Integração direta: Fábrica Klabin ↔ TCP
Cabotagem cresce e reforça papel estratégico de Paranaguá
No primeiro semestre de 2025, o TCP registrou uma movimentação de 44.714 TEUs nos serviços de cabotagem — alta de 71% em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento reflete a integração do modal na cadeia logística e a infraestrutura diferenciada do terminal.
Com o maior pátio de contêineres refrigerados da América do Sul — 5.268 tomadas —, o TCP atrai clientes do agronegócio, especialmente do setor de carnes. Produtores do Paraná utilizam a cabotagem para alcançar novas regiões do Brasil com menor custo e maior previsibilidade.
Infraestrutura TCP — Destaques
- Maior pátio reefer da América do Sul: 5.268 tomadas
- 40 guindastes RTG e 69 terminal tractors (TT)
- Conexão ferroviária direta e serviços logísticos integrados
- Retroárea com armazéns e apoio intermodal
“Nossa estrutura permite atender diferentes setores produtivos — de cargas refrigeradas a papel e celulose. Ao fortalecer a cabotagem, oferecemos um modal que alia sustentabilidade, redução de custos e menor risco logístico”, completa Carolina Merkle Brown, da TCP.








