Faturamento do Polo Industrial de Manaus pode ultrapassar US$ 44 bilhões em 2025, com crescimento sustentado até 2070
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A Zona Franca de Manaus representa quase 20% da demanda nacional por bens duráveis e atualmente abriga a produção de 1.740 itens diferentes. A indústria responde por 47% da arrecadação de ICMS no Amazonas e lidera a arrecadação per capita federal nas regiões Norte e Nordeste.
O Polo Industrial de Manaus (PIM) mantém trajetória de crescimento robusto e reafirma sua relevância econômica nacional, conforme dados do Painel Econômico do Amazonas (PEA), levantamento mensal do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). Em 2024, as vendas do PIM totalizaram quase R$ 205 bilhões — o equivalente a US$ 38 bilhões — e a projeção para 2025 é ainda mais expressiva: US$ 44 bilhões.
Segundo o estudo, entre janeiro e abril, a demanda total por bens duráveis no Brasil foi de R$ 395 bilhões (US$ 67,5 bi), enquanto o faturamento do Polo chegou a R$ 74,5 bilhões (US$ 13 bi). “O PIM tem se consolidado como um pilar estratégico da indústria brasileira”, destaca André Ricardo Costa, Coordenador de Indicadores do CIEAM.
Os principais produtos são motocicletas, aparelhos de ar-condicionado, celulares e placas de circuito impresso. Destaca-se o crescimento contínuo de motocicletas e aparelhos de ar-condicionado desde 2022.
Força arrecadatória e importância nacional
De janeiro a maio de 2025, o ICMS arrecadado a partir da atividade industrial representou 47% do total no Amazonas, com R$ 6,048 bilhões arrecadados. No cenário federal, o estado tem a maior arrecadação per capita de impostos federais no Norte e Nordeste e a nona maior do Brasil.
Impacto das tarifas dos EUA
Sobre a nova tarifa de 50% aplicada pelos EUA a produtos brasileiros, o CIEAM avalia que o impacto será mínimo para o Polo: “Exportamos majoritariamente para a América do Sul e pouco para os EUA, especialmente motocicletas”, explica Costa.
Ainda assim, o setor alerta para a lentidão burocrática que trava a ampliação do portfólio industrial. A inclusão de novos produtos depende da aprovação de um Processo Produtivo Básico (PPB), que, mesmo com prazos estipulados, segue sendo lento e complexo.
“Empresas que querem inovar precisam solicitar um novo PPB e enfrentar uma série de etapas burocráticas. Isso atrasa nossa resposta ao mercado e reforça a urgência de modernizar os processos regulatórios”, afirma o CIEAM.
Sobre o Painel Econômico do Amazonas (PEA)
O PEA é produzido mensalmente pelo CIEAM, com base em dados públicos do IBGE, Suframa, ComexStat, Abraciclo e outros, além do IBCR-AM, indicador regionalizado do PIB brasileiro, publicado pelo Banco Central.
Sobre o CIEAM
O CIEAM é uma entidade empresarial do setor industrial voltada à defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM). Criada em 1967, a ZFM visa integrar o Amazonas ao Brasil com base em desenvolvimento sustentável. São 600 empresas instaladas, 130 mil empregos diretos e 97% da cobertura florestal preservada. Em 2024, o faturamento do PIM foi de R$ 204 bilhões.