A Granel Química, empresa de terminais portuários especializada na movimentação de granéis líquidos, restabeleceu a operação plena do terminal que explora no Porto de Santos, no litoral paulista. A empresa perdera no último dia 15 de janeiro o alfandegamento - autorização da Receita Federal para operar cargas de importação e exportação - na esteira dos preparativos para a companhia Ageo assumir o terminal. A empresa, concorrente da Granel, venceu em setembro de 2018 um leilão para arrendar a área.
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) notificou a Granel e a empresa entrou na Justiça para garantir a operação plena da área - sem o alfandegamento, só poderia movimentar cargas nacionalizadas.
No fim da semana, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região determinou o restabelecimento do alfandegamento ao considerar que o processo licitatório da área só estará completamente finalizado com a assinatura do contrato pela Ageo. Até lá, a Granel poderá operar normalmente o terminal.
A Granel pertence ao grupo norueguês Odfjell, com forte atuação no mercado global de transporte marítimo de químicos e outros produtos líquidos.
Além de Santos, a companhia mantém terminais portuários em Itaqui (MA) e Rio Grande (RS). Também opera em Ladário (MS), Palmas (TO), Teresina (PI) e Triunfo (RS) em unidade multimodais hidroviárias ou ferroviárias. Em 2018, movimentou 5,2 milhões de toneladas entre cargas líquida e seca.
Segundo Marcelo Schmitt, gerente geral da Granel Química para o Brasil, a instalação em Santos é de "importante relevância para o grupo". Por isso, a aposta do mercado era que a Granel dificilmente perderia o leilão. Sobretudo porque contava com uma vantagem. A tancagem exigida no edital de licitação era a já ofertada pela Granel. E os 99 tanques do terminal pertencem à empresa, não são bens reversíveis à União. Dessa forma, a Granel atendia à exigência do edital sem precisar investir e, portanto, sem interferir na operação.
Apesar de perder a chance de manter o terminal no porto de Santos, a Granel permanecerá na região. Está construindo um terminal em área própria, no distrito industrial de Alemoa, localizado na margem direita do cais santista. A previsão é que a operação comece no segundo semestre.
Sobre o interesse nos próximos leilões de 11 áreas para combustíveis nos portos de Cabedelo (PR), Miramar e Vila do Conde (PA), Vitória (ES) e Santos, o executivo disse que a empresa avalia "eventuais oportunidades, mas sem decisão até o momento".
As informações foram originalmente publicadas pelo jornal Valor Econômico.