* Presidente da Green Mining, startup brasileira acelerada pela Cervejaria Ambev e que atua na coleta seletiva e logística reversa de forma inteligente e eficiente.
Implantar a coleta seletiva na rotina dos brasileiros sempre foi um desafio muito grande. Porém, com a chegada do novo coronavírus, o período de quarentena e distanciamento social, o problema pode se agravar com o aumento na geração do resíduo doméstico. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), estima-se um crescimento de 15% a 25% na quantidade resíduos sólidos domiciliares durante este período.
Mesmo sendo natural que o descarte de resíduos seja elevado nesses dias, está mais do que na hora de utilizar o tempo dentro de casa para implantar a coleta seletiva na rotina familiar, separando os recicláveis corretamente. Afinal, este é o primeiro e o mais importante passo para que seja possível reintroduzir embalagens pós-consumo na cadeia produtiva, evitando a exploração de recursos naturais e emissões de CO2 deste processo.
Quando o material é separado corretamente por tipo (vidro com vidro, lata com lata, PET com PET), as pessoas envolvidas na logística do material não precisam entrar em contato direto com a embalagem. Os sacos são coletados e levados até centrais de armazenamento onde as embalagens podem ser transportadas, diretamente, para containers exclusivos para cada tipo de material. O prazo para encher estes containers e enviá-los para usinas de reciclagem é maior que os cinco dias que material precisa para estar isolado e, assim, livre do risco de contaminação.
A "segregação na fonte de geração", ou seja, a separação por tipo de embalagem realizada na casa de cada um facilitará o trabalho de catadores, cooperativas e empresas que lidam com os recicláveis, evitando que rejeitos jogados, de maneira equivocada, contaminem os recicláveis. Além disso, reduzirá em até 95% a necessidade de triagem.
E mesmo que o serviço de coleta seletiva tenha sido suspenso, temporariamente, por causa da pandemia, em alguns bairros de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, é possível contar com empresas privadas, como a Green Mining, que neste período de quarentena tem realizado a coleta dos recicláveis que são separados por tipo em condomínios, mercados e estabelecimentos que estão trabalhando com delivery.
É importante ressaltar que a Abrelpe orienta o descarte de luvas e máscaras no lixo comum e com um revestimento extra - elas podem ser colocadas em mais um saco plástico - e pessoas com Covid-19 ou suspeitas de estarem com o vírus não devem realizar a separação do lixo para evitar contaminação. Vale lembrar que o descarte desses itens de proteção junto aos materiais recicláveis coloca em risco os coletores e outros profissionais que trabalham nessa atividade.
Vivemos um período de incertezas. Faça por você, por quem está do seu lado, pelo meio ambiente e empatia pelo próximo. Chegou a hora de mudarmos a maneira como enxergamos, cuidamos e vivemos no planeta.