O governo da Venezuela convocou, nessa quinta-feira (7), uma reunião com os diplomatas estrangeiros acreditados no país para pedir respeito à legislação nacional e que não se intrometam na vida política venezuelana.
"Fazemos este apelo para que os funcionários diplomáticos acreditados na Venezuela não se envolvam na vida política nacional. Não lhes corresponde, não lhes compete", disse a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, que se reuniu com os diplomatas.
Segundo a ministra, "a Venezuela hoje é vítima de uma guerra não convencional" e o governo tem mostrado, por meio da agressão da mídia, da agressão financeira, do cerco e do bloqueio financeiro, comercial e econômico, que está em curso uma guerra contra o povo.
"Os diplomatas devem limitar a sua atuação às leis internacionais, à Convenção de Viena, às leis da Venezuela e à cortesia internacional. Devem limitar também a sua atuação ao respeito pelas leis do país onde estão acreditados", lembrou.
Segundo Delcy Rodriguez, a nova maioria parlamentar de oposição ao governo "pretende uma intervenção internacional na Venezuela, baseada em situações de violência". Segundo ela, o presidente Nicolás Maduro quer estreitar as relações bilaterais, de cooperação, amizade e união com os diversos governos estrangeiros.
"O povo da Venezuela e o seu governo legítimo e constitucional saberá defender, com firmeza a soberania, a independência da pátria. Somos um povo livre, um governo responsável e estamos aqui para defender e preservar a paz do país", disse.
A aliança de oposição Mesa de Unidade Democrática obteve, nas eleições de 6 de dezembro último, a primeira maioria parlamentar em 16 anos, elegendo 112 dos 167 deputados.
No entanto, de acordo com decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), apenas 109 deputados da oposição e 54 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) puderam, no último dia 5, assumir suas funções.
Um dia depois, em sessão ordinária, a nova direção do Parlamento deu posse aos três deputados opositores excluídos, um ato que o PSUV considera desobediência ao STJ.