O mercado mundial de produtos genéricos irá superar a marca de US$ 80 bilhões até 2010. O valor é duas vezes superior às vendas do setor em 2005. Até o fim da década, os genéricos devem alcançar participação de 14% do mercado mundial de produtos farmacêuticos.
Analistas apontam que o crescimento do setor de genéricos em todo o mundo está ocorrendo em um ritmo bem maior que o aumento das vendas de remédios de marca. Segundo a consultoria Visiongain, a cada ano, o setor de genéricos cresce em média 13%, contra um resultado de 5% a 7% nas vendas de produtos patenteados.
Para os próximos anos, um dos fatores que mais deverão incentivar esse crescimento é o fim das patentes de 39 remédios mundialmente comercializados. Até 2010, cairão em domínio público. Isso significa que poderão ser produzidos por qualquer empresa.
Algumas multinacionais, como a suíça Novartis, adotam uma política de compra de empresas de genéricos em várias partes do mundo. O objetivo, segundo seus executivos, não é o de minar a concorrência dos genéricos, mas também fazer parte desse lucrativo mercado.
O interesse por essas companhias é tanto que, nas últimas semanas, uma batalha foi travada por quem ficaria com a divisão de remédios genéricos da Merck, especializada na fabricação de um remédio contra úlcera até pouco tempo sob a patente da AstraZeneca. A americana Mylan pagou US$ 6,7 bilhões pela unidade, depois que os israelenses da Teva declararam interesse pela divisão da Merck. Com a compra, a Mylan conseguiu posições dominantes em mercados como França, Austrália, Portugal, Espanha e Japão.
O interesse das grandes empresas por fabricantes de genéricos tem uma explicação. Só nos Estados Unidos, maior mercado de remédios do mundo, eles somam vendas de mais de US$ 18 bilhões e representam cerca de 48% das prescrições dadas pelos médicos. Para a consultoria Frost & Sullivan, em 2013, 77% das prescrições serão de remédios genéricos se o atual crescimento anual for mantido.
Na Europa, o valor de venda dos genéricos chega a US$ 11 bilhões por ano, com crescimento graças à pressão por redução de custos no serviço de saúde, que abrirá cada vez mais a possibilidade para que os genéricos façam parte das opções de hospitais e médicos. Os maiores usuários são Alemanha e Reino Unido.
Fonte: O Estado de S.Paulo - 24 MAI 07