É fato que o Brasil carece de mão de obra qualificada em vários setores produtivos e de prestação de serviços. No entanto, isso tem sido explorado de forma oportunista para algumas associações de classe. Representantes de grandes empresas reclamam que faltam jovens disponíveis no mercado, mas a razão pode não estar na falta de profissionais treinados e interessados. A maior parte das vagas não ocupadas oferecem salários irrisórios e privam os contratados dos direitos básicos.
Uma das principais carências do setor logístico no Brasil é a formação de engenheiros navais de qualidade. O País conta com dois cursos renomados e tradicionais de formação em nível de graduação: na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Algumas outras iniciativas incipientes estão sendo desenvolvidas nas federais de Pernambuco (UFPE), Pará (UFPA) e Rio Grande (Furg).
Segundo apurou o Portogente, há duas correntes de sentimentos entre funcionários da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em relação à possibilidade do órgão ficar com somente um diretor e impedido de exercer as suas funções a partir de fevereiro de 2013. Uma delas acredita que o Governo Federal irá adotar a mesma estratégia aplicada à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), também neste ano, para evitar que a Antaq tenha as atividades completamente paralisadas.
É jogo jogado promover uma nova modernização dos portos brasileiros, a exemplo da Lei 8.630/93. Há também uma posição da Presidência da República de preservar a Autoridade Portuária estatizada e com a qual concorda a maioria dos setores direta e indiretamente ligados à atividade portuária. Resta definir qual o modelo de administração descentralizada e mais ágil será adotada nos portos brasileiros, para se buscar a eficiência e superar os gargalos.
A construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, deve viabilizar um cluster de empresas no Complexo Industrial e Portuário local, garantindo maior competitividade aos serviços portuários e a indústria que ali se instalará. As empresas contarão ainda com os benefícios da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Pecém. De acordo com Eduardo Macêdo, presidente da Emazpe, companhia que administra a ZPE cearense, o empreendimento começará a operar em 15 de janeiro de 2013.