Diz o ditado popular que quem conta um conto aumenta um ponto. Talvez seja isso que o governador Geraldo Alckmin esteja tentando fazer para se desviar das graves denúncias de formação de cartel nos contratos para as obras do metrô e trens do governo do Estado de São Paulo, que revelam um esquema ilícito durante os governos de Mário Covas, José Serra, além dele próprio. De uns tempos para cá, o governador faz uma maratona no Estado para anunciar obras, liberação de verbas para isso, para aquilo. Todavia, a sociedade quer saber: o que aconteceu nas licitações das obras do metrô e dos trens em mais de 15 anos dos governos tucanos à frente de São Paulo?
Por isso, salta aos olhos os tubos de publicidade que Alckmin está gastando para dizer que ele é o próprio espírito da madre Tereza na construção de metrô na face da Terra, e não só na cidade de São Paulo. Arranjou até um prêmio de uma associação ferroviária, como o ferroviário do ano. Outro ditado popular sábio, onde tem fumaça tem fogo.
Denúncia revelou esquema que funcionou em obras
do metrô em São Paulo, durante os governos do PDSB
E vamos ao fogo que o governador do PSDB tenta esconder (e não apagar): segundo a denúncia, as empresas foram contratadas para fornecer equipamentos com preços até 20% mais caros. O cartel atuou em várias licitações. Em São Paulo estão sendo investigados a extensão da Linha 2-Verde do Metrô, a construção da fase 1 da Linha 5-Lilás, o Projeto Boa Viagem, de modernização de trens da CPTM, a contratação da série 3000 (CPTM) e a manutenção das séries 2000 e 2100 (CPTM). Também estão sendo investigadas as obras de manutenção do metrô de Brasília, realizadas em 2007.
Alckmin só diz que não sabia de nada. Não viu um esquema que pode ter desviado algo próximo a 400 milhões de reais?!
E para encerrar, por ora, este assunto aqui, recorremos, também, à sapiência que vem das ruas: Nada pesa menos que uma promessa. E completamos: sem licitação no meio.