A modernização dos processos industriais no Brasil tem reflexo direto sobre o modelo de educação no país. Quem faz a observação é o diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi. “O eletricista hoje não apenas opera com fios, ele tem de acompanhar processos, tem de operar sistemas complexos, máquinas computadorizadas”, avalia. Para tanto, defende Lucchesi, a grande agenda nacional deve ser a de redesenhar a matriz da educação brasileira.
Segundo dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a estrutura educacional do chão de fábrica no Brasil hoje compõe-se de 53% de trabalhadores que possuem cursos de até 200 horas, 23% que têm cursos de 300 horas a 450 horas e 18% de operários que fizeram cursos de 800 horas a 2 mil horas. Só 5% dos trabalhadores que formam o chão de fábrica são engenheiros. “Então, está claro que sim, precisamos de mais engenheiros, mas que também precisamos, e muito, de profissionais de nível técnico muito qualificados”, ressaltou Lucchesi.
CNI defende mudança na matriz educacional do País para
estimular competitividade da indústria
Por conta dessa demanda, o Senai deve duplicar, até 2014, o número de matrículas, para quatro milhões por ano. Lucchesi citou o estudo Mapa do Trabalhado Industrial, de 2012, que mostrou que, até 2015, o Brasil precisará capacitar 7,2 milhões de trabalhadores da indústria, dos quais 1,1 milhão de novos trabalhadores.
Com informações da CNI.