Quem pensa que já viu de tudo pode estar enganado se o assunto atender pelo nome de Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Com a atribuição de autoridade portuária do maior porto do País, por onde passa mais de 20% da balança comercial brasileira, a empresa vive sob o risco das tentações diárias que, se aceitas, geram distorções e problemas maiores ainda que o próprio porto.
Próximo ao escoamento de mais uma safra agrícola recorde, as autoridades do governo federal – dos portos até a de agricultura – se esmeram em discursos para os públicos interessados de que não será instalado um novo caos logístico nos principais portos brasileiros, com atenção especial ao maior, o de Santos. Foi assim, na última semana, em encontro do ministro dos Portos, Antônio Henrique Silveira, com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Silveira afirmou que o governo está desenvolvendo ação coordenada entre os diversos órgãos públicos, como o Ministério da Agricultura, Ministério dos Transportes, Secretaria de Portos, governo do estado de São Paulo, prefeituras da Baixada Santista, Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e agentes reguladores para coordenar a chegada de caminhões de granéis ao complexo portuário santista.
Em entrevista publicada a revista Caros Amigos, o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, soltou ainda mais a língua, dizendo, inclusive, que é candidato a Presidente do Brasil. Sobrou para muita gente.
O discurso do deputado federal Carlos Heinze, do PP do Rio Grande do Sul, num evento com ruralistas brasileiros, de que “índios, gays e quilombolas são tudo o que não presta”, teve dura reação da deputada Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, no último dia 13, em plenário da Câmara. Kokay declarou que o discurso do parlamentar gaúcho é criminoso. Para ela, vivemos “tempos de conotações fascistas” e que, como o Brasil ainda não viveu o luto da ditadura e da escravidão, constrói a democracia nos “tropeços”.