O coordenador de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Reginaldo Gonçalves, alerta para a trajetória descendente da Produção Industrial Mensal (PIM) e o resultado ruim da balança comercial que demonstram a perda de competividade da indústria nacional compromete, inclusive, a atuação no mercado doméstico.
Ele explica que a produção industrial nacional teve variação negativa de 0,2% em setembro, de acordo com a PIM divulgada, nesta terça-feira (4/11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No indicador acumulado dos últimos doze meses houve recuo de 2,2%, mantendo a trajetória descendente iniciada em março último.
Gonçalves afirma que esse resultado evidencia mais uma vez a perda de competitividade da indústria nacional. “O empresariado está sem confiança para investir diante do cenário econômico que enfrentamos, onde o excesso de gastos do governo levou ao comprometimento do superávit primário e desequilíbrio das contas públicas”, avalia.
Na segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os dados da balança comercial de outubro, que apresentou o pior resultado para o mês em 16 anos. O déficit comercial foi de US$ 1,17 bilhão. “O maior volume financeiro de importações e menor valor de exportações elevam o Custo Brasil, que se reflete nas indústrias e cria perspectiva negativa para alguns segmentos”, aponta.
“O fato é que neste último quadrimestre do ano, quando normalmente a indústria se mantém aquecida por conta das compras de final de ano, haverá uma maior perda de espaço para produtos importados. Se não houver uma reversão deste cenário, o setor industrial corre o risco de criar dependência da produção externa”, afirma o coordenador da FASM.