Com infraestrutura insuficiente, a soja de Mato Grosso viaja dois mil quilômetros por estrada até os portos dos estados do Sudeste, encarecendo o produto brasileiro. A saída mais fácil para o exterior seria pelos imensos rios amazônicos e portos do Pará ou Amapá – que hoje conseguem escoar só 15,2% da produção. Segundo o governo, a nova etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado no começo de junho, deve corrigir essa distorção. Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as concessões anunciadas têm um foco muito claro na porta de saída das exportações do setor pelo “Arco Norte”, o que pode descongestionar gradativamente o movimento em portos como o de Santos (SP).
Depois do filme Matrix muito tem se falado sobre a realidade virtual. A holística tem possibilitado a geração de figuras que lembram os avatares. Nessa corrida para esse mundo fantástico, as HoloLens da Microsoft aumentam a realidade e colocam os hologramas em ambientes reais. Nesta semana, a novidade causou um grande burburinho na feira Experience Evolution E3, em Los Angeles.
Apesar de ser um evento com o ministro dos Portos, Edinho Araújo, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no dia 15 último, quem deveria estar presente também, tantas foram as críticas ao setor, era a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e o próprio Ministério dos Transportes. O próprio ministro presente deu voz aos empresários e aos operadores portuários: “O acesso ferroviário [aos portos] é o sonho de consumo de todos no Brasil.”
Entre a vontade e o desejo existem os fatos. A assertiva se aplica à declaração do ministro dos Portos, Edinho Araújo, recentemente, sobre o prazo para o lançamento de editais para a primeira fase do Bloco I de arrendamentos nos Portos de Santos (SP) e Pará (PA): “Meu desejo é que isso ocorra o mais rápido possível.” Mas aí entra o condicionante realidade, e ele completa: “Lógico se eu tiver condições técnicas.” Não é necessário ter bola de cristal para saber que a Secretaria de Portos (SEP) não as tem, cenário admitido pelo próprio ministro ao dizer a empresários, em São Paulo, que o seu quadro técnico é competente, porém reduzido.
Não adianta ter um porto moderno sem acessos compatíveis. A constatação é do ministro Edinho Araújo, da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), e foi feita em encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no início desta semana. Questionado sobre os gargalos provocados por uma logística fora dos padrões mundiais, ou seja, sem a intermodalidade de ferrovias, rodovias, hidrovias, o titular da SEP lamentou que as hidrovias não estão ligadas à sua pasta, e sim ao Ministério dos Transportes. Lamentou, ainda, o abandono em que se encontram as ferrovias brasileiras. “Tornamos-nos um país rodoviário”, criticou.