A partir desta segunda-feira (30/11) até 11 de dezembro próximo, acontece em Paris a Cop-21, a conferência global do clima. Reúne 195 chefes de Estado com o intuito de se estabelecer estratégias que contenham, até o fim desse século, o aumento da temperatura média do Planeta até os 2°C acima do que prevalecia antes da Revolução Industrial.
Simultaneamente à Cop-21, acontece o 6° Fórum Anual de Inovação Sustentável com o objetivo de criar oportunidades sem paralelo para fomentar negócios inovadores e promover escala para a economia verde emergente. Um encontro de tomadores de decisões de várias partes do globo. Nesse, estarão presentes delegados de 43 países.
Sejamos curto e grosso: é preciso mudar a maneira de produzir e distribuir a produção. No saber como fazer, podemos afirmar que o Brasil tem conhecimento suficiente para buscar essa meta, com destaque na produção de energia limpa e renovável. Entretanto, isso não basta; é preciso acontecer. Da fazenda passando pela indústria ao transporte é preciso arraigar a nossa cultura da sustentabilidade.
Novas maneiras de plantar, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem pesquisando com sucesso; novas técnicas de alimentação dos rebanhos; inovar no processar e distribuir essa produção e de modelos de fábricas, serão colaboradores para redução das emissões de gases estufa. É preciso reverter a tendência atual que aponta para o aumento de 3º a 4ºC acima da temperatura da Terra na era Pré-industrial. Ou seja, é preciso mudar o modelo de desenvolvimento, sem que isso represente sua desaceleração.
Tomar o compromisso do Porto de Los Angeles com a qualidade do ar, comparado com os programas dos portos brasileiros, possibilita a percepção de quanto já podíamos ter feito, e não fizemos quase nada até agora, para reduzir a emissão de gases estufa. Sem exagero, a inclusão da sustentabilidade nos princípios fundamentais das empresas portuárias ainda é um mero bordão que não promove ações nem resultados.
Assumir nacionalmente responsabilidade efetiva com o futuro do Planeta é cumprir a meta que o Brasil propõe, de reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, com base nos valores de 2005. Para isso, é essencial que nossos portos monitorem a qualidade do ar em suas áreas. Além do que, um conjunto de estratégias que conjuntamente tenham o potencial de melhorar a qualidade do ar na região do porto.
Para um projeto dessa envergadura, com o propósito de zerar a emissão de gases estufa, serão necessárias inovação tecnológica, múltiplas abordagens e parcerias. A descontinuidade das administrações portuárias brasileiras não colaboram com tal projeto para salvaguardar o Planeta e a humanidade.