Para fazer tornar bem real a letra da Lei de Modernização dos Portos e estimular o progresso do Porto de Santos, a Codesp precisa perceber a importância de incluir no seu planejamento o esforço institucional para promover o entrosamento de todos os trabalhadores do porto. Esse planejamento se justifica de maneira clara, ao se levar em conta que entre as quase cem empresas operadoras do porto, há algumas com mais de mil funcionários, número este que corresponde ao quadro atual de pessoal da Autoridade Portuária.
“Nós não falamos mais em ‘Terminal Cargill’, agora é Terminal de Grãos da Margem Esquerda. O contrato está extinto. A abertura de licitação é a melhor opção para atender ao interesse público e à lei vigente”. Essas frases foram veementemente pronunciadas pelo diretor Comercial e de Desenvolvimento da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), Carlos Kopittke, em audiência pública realizada na sede da estatal na última segunda-feira (19), em Santos. Na ocasião, foi debatido o processo licitatório para movimentação de granel sólido vegetal em área antes ocupada pela Cargill. O contrato de arrendamento da empresa venceu e até chegou a ser aditado excepcionalmente por mais três anos sem que fosse feita a licitação que motivou tal prorrogação.
Uma via de uma mão só. Assim foi a operação do Porto de Angra dos Reis (RJ) de agosto a dezembro do último ano. Nesse período de cinco meses, o porto angrense trabalhou apenas com importação, pois não foi registrado nenhum movimento no sentido de exportação. O fato agrava ainda mais a situação dos trabalhadores e da economia do município. A movimentação de Angra está em declínio desde o final da década de 1990.
Apesar de o ministro dos Portos, Pedro Brito, ter prometido agilidade na dragagem emergencial do Porto de Itajaí, nenhuma draga chegou ao porto catarinense até agora. Todos os prazos para a obra foram descumpridos e não há uma data confirmada pela Secretaria Especial de Portos (SEP) para o aprofundamento do Rio Itajaí-Açu.
Se no Porto de Santos ninguém sabe o que fazer com a Cargill, arrendatária do terminal de fertilizantes e que terá de deixar o porto no dia 31, o Porto de Imbituba (SC) se prepara para evitar complicações e articula uma licitação antecipada de seu complexo de fertilizantes. O problema principal e que exige rapidez das autoridades é que a concessão do porto à Docas local termina em dezembro de 2012.