Até o último dia do ano, PortoGente lembrará aos internautas alguns dos principais entraves do setor portuário brasileiro que atrapalham o desenvolvimento do País e que se arrastaram ao longo de 2009. Recordar os gargalos enfrentados por produtores, transportadores, exportadores e importadores é fundamental para que ao menos parte dessas dificuldades seja superada em 2010.
Ficou para janeiro de 2010 a conclusão das discussões sobre a reconfiguração do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Angra dos Reis (RJ). Conforme já mostrou este blog Dia-a-Dia, está sendo travada uma verdadeira disputa de cabo de guerra para saber como serão utilizados alguns espaços próximos ao cais que hoje funcionam como áreas de apoio operacional à atividade portuária. A prefeitura angrense deseja dar outras finalidades a essas áreas, em benefício da revitalização da orla da Cidade.
Após a paralisação no terminal de Peiu, em Vila Velha (ES), no último dia 9, o Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES) voltou a ser reconhecido pela direção da empresa como a única entidade que cede trabalhadores para a execução de serviços administrativos e operacionais. Com a assinatura de documento pelo diretor do terminal, Pedro Scopel, o Suport tem agora 60 dias para fechar acordo coletivo que envolve a convocação de avulsos para trabalhar no empreendimento por prazos pré-determinados.
O Sindicato dos Ferroviários de Bauru, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul informa ao PortoGente que ocorreu mais um acidente envolvendo trens da América Latina Logística (ALL). Foi no dia 10 último. Uma locomotiva destruiu a entrada da rotunda em Bauru (SP).
Não foram poucos os dirigentes portuários, empresários e autoridades que disseram neste PortoGente ser imprescindível para o Brasil estimular as atividades de cabotagem e transbordo. No entanto, só boa vontade não basta. As altas tarifas impedem que essas atividades sejam realizadas com maior frequência. O aspecto financeiro é o que determina os rumos dos negócios e será preciso tornar todo o sistema mais atraente economicamente falando.O Porto de Itajaí (SC) colocou o tema em evidência ao criar resoluções com novas tarifas para ampliar a competitividade desses dois tipos de operação. O porto catarinense vem passando por apuros desde novembro do ano passado, quando foi parcialmente destruído pelas chuvas que castigaram Santa Catarina. Em janeiro deste ano, houve até uma redução de 10% das tarifas em geral para manter a clientela do Porto.Dessa vez, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Itajaí homologou, na última semana, redução de 20% nas tarifas para operação de cabotagem, buscando atrair um novo nicho de mercado. No caso do transbordo, que praticamente inexiste no Porto devido aos custos pouco competitivos nos portos do Brasil e do mundo, será computado apenas um movimento para fins de aplicação de tarifa e não dois, como ocorria anteriormente. A adoção de estratégias financeiras para ganhar terreno na competição entre portos é interessante para os usuários do sistema. Entretanto, os dirigentes do Porto de Itajaí, das demais Autoridades Portuárias brasileiras e da Secretaria Especial de Portos (SEP) precisam estar atentos para saber se as tarifas cobradas estão de acordo com o serviço prestado, com os valores aplicados em outros modais e se reduções são viáveis economicamente diante do interesse público. Já passou da hora para o estímulo à cabotagem sair da arena das vontades e promessas e se tornar realmente atrativo para os usuários. Mãos a obra?