Após anos de tantos discursos sobre a redução do efeito estufa na atmosfera, China e Estados Unidos, os maiores poluidores do Planeta, enfim assinaram um acordo em Pequim, na quarta-feira (12/11), de intensificar os passos domésticos e as parcerias internacionais para controlar suas contribuições para reduzir o aquecimento global. Está posta uma nova era da energia limpa.
Há mais tensão em Hermes Chipp do que em todo o sistema elétrico brasileiro. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anda com os nervos à flor da pele. Há nove anos no cargo, Chipp não se conforma com o iminente epílogo de seu longo reinado à frente do grande árbitro do setor elétrico. A Medida Provisória que, em caráter excepcional, renovou o seu mandato pela terceira vez expirou sem ser votada no Congresso, informa o Relatório Reservado.
Rogério Lessa, da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), cita o economista Dércio Garcia Munhoz, ex-presidente do Conselho Federal de Economia(Cofecon), que teme que o governo brasileiro ceda às pressões e coloque pessoas ligadas ao setor financeiro em setores chaves da administração pública, como o Ministério da Fazenda. Munhoz alerta ainda para o risco do país exportar petróleo aceleradamente, e com o preço atualmente em baixa, para fazer frente ao déficit externo.
A indústria aeronáutica está prevendo um aumento de sete vezes no tráfego aéreo por volta de 2050, com uma quatro vezes maior emissão de gás estufa, se não ocorrerem mudanças fundamentais, como noticiou ontem o blog do Engenheiro e pesquisador Aeroespacial, PhD, Asheley Dove-Jay.
Informação do Relatório Reservado (RR) especula que a presidente Dilma Rousseff deverá criar um grupo de acompanhamento da indústria automobilística com o objetivo de planejar o desenvolvimento do setor e promover mudanças estratégicas já a partir de 2015. A medida, informa RR, vem sendo acalentada no Palácio do Planalto desde março deste ano, portanto muito antes do início da campanha eleitoral. A coordenação dos debates internos sobre o projeto está a cargo do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que, por sinal, demonstra não se sentir muito à vontade com a missão. Mercadante é uma espécie de Deus e Diabo na terra das montadoras. Se, por um lado, considera que é inevitável intervir no setor automotivo, por outro tem ligações históricas com o setor - o PT nasceu nos parques das montadoras. A nomenclatura adotada pelo governo é propositalmente dúbia. Não se trata apenas de um grupo para acompanhar o desempenho da indústria automobilística, mas também para adequar a produção às necessidades de um novo modelo de mobilidade urbana. As montadoras estão cuspindo muito mais carros nas cidades do que o crescimento das taxas demográficas. Automóveis, que já foram sinônimo de solução, tornaram- se eufemismo de problema, seja pelo efeito nocivo sobre a circulação nos grandes centros, seja pelo seu elevado impacto ambiental. Ao mesmo tempo, a indústria automobilística tem contribuído menos na arrecadação de tributos. Talvez seja o setor com maior poder de chantagem fiscal sobre os governos. Ano sim, outro também, arranca uma desoneração por motivos igualmente invariáveis: elevação do custo de financiamento, aumento excessivo da folha de salário, mudanças drásticas do câmbio. Só que as montadoras são favorecidas por uma redistribuição de renda perversa. Nadam em subsídios e incentivos doados pelo Tesouro. Se, por um lado, a indústria automobilística economiza em tributos, por outro exporta mais capital. É um dos segmentos que realiza a maior repatriação de lucro entre as empresas estrangeiras. No ano passado, as fabricantes de automóveis instaladas no país remeteram à matriz cerca de US$ 3,3 bilhões. No entanto, nem tudo são espinhos. O setor é intensivo em mão de obra - entre vagas diretas e indiretas, soma mais de 1,5 milhão de postos de trabalho -, emprega pessoal especializado, ou seja, com remuneração salarial mais alta, está entre os segmentos com maior coeficiente de inovação e tem um papel razoável na pauta de exportações brasileiras, além de responder por algo em torno de 18% do PIB industrial. Ressalte-se ainda que o segmento fez uma espécie de ocupação geoeconômica. Em algumas localidades do país, fábricas de automóveis são o próprio município em que estão. Em razão das tantas variáveis positivas e negativas que pesam na balança, a indústria automobilística tem um pé no paraíso e outro no inferno. Esta ambígua combinação torna ainda mais complexo qualquer movimento de reorientação do setor. Dobrar o lobby das montadoras é uma tarefa nuclear. Mas Dilma Rousseff está convencida de que é necessário confrontar o segmento e caminhar progressivamente para outras soluções de transporte. O governo não vai se furtar a apoiar essa transição. De antemão, até que alguma decisão seja tomada, pode se esperar que o oligopólio das quatro rodas se dirija em carreata para Brasília com a faca entre os dentes.